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Covid-19 – Estado registra 211 mortes em 24 horas

RAHEL PATRASSO/REUTERS

São Paulo registrou nes­ta quinta-feira, 23 de abril, um novo recorde, chegando a 1.345 mortes por corona­vírus, com aumento de 211 óbitos nas últimas 24 horas – na quarta-feira (22) havia 1.134 mortes confirmadas. Esse é o maior número já confirmado nesse intervalo de tempo no estado, sendo mais de oito vítimas da doen­ça a cada 60 minutos, desde quarta-feirta (22). Atual­mente, são 114 cidades com pelo menos uma vítima fatal da covid-19, cerca de 17,6% dos 645 municípios paulistas.

De acordo com o governo estadual, esse salto, de 18,5% em um dia, se deu pela ques­tão da notificação tardia du­rante o feriado de Tiradentes. “Queria esclarecer esse salto. Durante o feriado prolonga­do até quarta-feira, o número de óbitos parecia modesto, e tivemos esse aumento. Isso aconteceu porque o sistema de vigilância epidemiológica, que envolve Estado, municí­pios e também os cartórios onde chegam as informações, funciona de forma mais lenta durante feriado”, afirmou o coordenador da Coordena­doria do Controle de Doen­ças da Secretaria de Estado da Saúde, Paulo Menezes.

“Por isso é importante que os municípios tenham agi­lidade na notificação, para que o sistema possa ser atu­alizado adequadamente, para não termos discrepância de números”, completou. São Paulo tem ainda 16.740 casos confirmados da doença, dis­tribuídos em 256 localidades (39,7%). A taxa de letalida­de é de 8%. O coronavírus avança fora da capital, onde a concentração de mortes caiu de 87% para 67% neste mês. Por outro lado, o número de óbitos cresceu 21 vezes no in­terior, litoral e outras cidades da Grande São Paulo.

Balanço desta quinta apon­ta 433 mortes nessas regiões. No dia 1º de abril, eram apenas 20 mortes fora da megalópole. Também se verifica aumento expressivo nas internações, com 7.003 suspeitos e confir­mados nos hospitais de São Paulo – 2.807 internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e 4.196 em enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos para atendimentos de covid-19 em UTI no estado está em 55,3%. Na Grande São Paulo a taxa é de 74%.

Perfil da mortalidade
Entre as vítimas fatais, estão 789 homens (58,66%) e 556 mu­lheres (41,34%). Os óbitos conti­nuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 76,5% das mortes. Observando faixas etárias subdividas a cada dez anos, nota-se que a mortali­dade é maior entre 70 e 79 anos (350 do total), seguida por 60-69 anos (300) e 80-89 (275).

Também faleceram 105 pessoas com mais de 90 anos. Fora desse grupo de idosos, há também alta mortalidade entre pessoas de 50 a 59 anos (160 do total), seguida pelas faixas de 40 a 49 (92), 30 a 39 (47), 20 a 29 (13) e 10 a 19 (3). Os princi­pais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (60,8% dos óbitos), diabetes mellitus (42,7%), pneumopa­tia (14%), doença neurológica (11%) e doença renal (11%).

Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática. Esses fatores de risco foram identificados em 1.123 pessoas que faleceram por co­vid-19 (ou 83,5% do total). O governador João Doria (PSDB) também anunciou que a cam­panha com a iniciativa privada arrecadou R$ 500 milhões em doações nos últimos 30 dias.

O montante foi obtido jun­to a 118 empresas que inte­gram o Grupo Empresarial So­lidário de São Paulo, que atua em conjunto com as autorida­des estaduais no enfrentamen­to à p andemia do coronavírus.

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