Empresários que participaram da reunião por videoconferência na terça-feira, 14 de abril, ancorada pelo prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) com o apoio do secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, revelaram ao Tribuna que apostam na abertura de alguns segmentos do comércio em breve, tendo em vista que o crescimento de casos de coronavírus na cidade tem sido linear e não exponencial.
Segundo o Tribuna apurou com estes empresários, durante a reunião, o secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, teria dito que fez uma pesquisa entre os dias 1º e 12 de abril em hospitais públicos e particulares da cidade. Neste período, segundo as fontes, foi verificada uma média de doze internações por dia com síndrome respiratória aguda grave (Srag) e que o tempo médio de internação tem sido entre 20 e 21 dias.
O secretário também teria afirmado que a prefeitura de Ribeirão Preto já pactuou com hospitais da rede privada um valor para uma possível compra de leitos, caso seja necessário. Procurada pelo Tribuna, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, no período de 1º a 9 de abril, todos os casos de Srag foram submetidos ao teste para covid-19 no Hospital das Clínicas.
De 94 exames, no entanto, 17 foram positivos para covid-19. “Estamos monitorando esta curva de crescimento que, por enquanto, tem sido linear e não exponencial”, diz a nota. Ainda segundo comunicado, “a taxa de ocupação dos hospitais é muito variável e depende do momento do dia que se avalia. No mesmo dia pode variar de uma a dez internações, ou altas e vice-versa, assim como a permanência hospitalar”.
“Estes dados também são monitorados, pois uma internação em terapia de 30 dias, significa, um leito a menos no sistema durante este mesmo período”, diz o texto. Afirma ainda, no entanto, que não fez “qualquer compra ou reserva de leitos com os hospitais privados de Ribeirão Preto ou região”.
Na reunião por teleconferência com algumas das principais entidades da classe empresarial de Ribeirão Preto, o prefeito indicou a possibilidade de flexibilização do decreto de calamidade pública (nº 76/2020), em vigor desde 23 de março para combater o avanço do novo coronavírus (covid-19) e que proíbe atividades consideradas não essenciais até o dia 22 deste mês.
Em sua live diária, já nesta quarta-feira (15), o prefeito revelou que vai promover uma série de reuniões para avaliar a possibilidade de flexibilização da quarentena, mas sempre dentro dos critérios técnicos e científicos e seguindo as orientações das autoridades de saúde. O retorno de algumas atividades não essenciais, segundo os empresários, poderia ocorrer a partir do dia 23.
Segundo o prefeito, os números da covid-19 na cidade demonstram acerto nas medidas preventivas e ações estratégicas adotadas até o momento, todas embasadas em critérios científicos, orientadas por especialistas da área sanitária. “Sabemos que na situação em que nos encontramos hoje em Ribeirão Preto, não há pressão no nosso posto de referência de atendimento de covid-19, que fica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida Treze de Maio”, disse.
“As nossas estruturas hospitalares, leitos de UTI (Unidade de Terapita Intensiva), estão com relativa segurança em função das medidas preventivas e ações estratégicas que foram programadas e realizadas para a eventualidade do surgimento de casos inesperados, que felizmente não têm surgido como em outras cidades e capitais”. O município tem atualmente menos de 50% dos leitos destinados para a covid-19 ocupados.
Para seguir atuando com segurança e mantendo total responsabilidade com a vida da população, os critérios científicos continuarão embasando as ações e decisões da prefeitura de Ribeirão Preto. “Teremos várias reuniões durante esta semana com diferentes segmentos da sociedade civil organizada, empresários, trabalhadores, representantes do comércio e Ministério Público”, cita o tucano.
“Estaremos alinhados com todas as orientações que o Comitê Técnico de Contingência, liderado pelo secretário da Saúde e que reúne 15 entidades, para fazer nossas ações dentro de total sintonia com a ciência, mantendo altíssima responsabilidade”, disse o chefe do Executivo, sem descartar a possibilidade de adequações no decreto – uma das medidas propostas seria o isolamento vertical, apenas partas pessoas do grupos de risco (idosos acima de 60 anos e doentes crônicos).