O número de mortes em decorrência da covid-19 subiu de sete para onze em 24 horas, conforme atualização divulgada pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira, 20 de março. Deste total, nove foram identificadas em território paulista e duas no Rio de Janeiro. Os casos confirmados da doença saíram de 621 para 904, alta de 45,5% e 283 infecções a mais. São Paulo acumula 396 pessoas com coronavíruis, seguido por Rio de Janeiro (109).
Além desses estados, foram mapeados casos no Distrito Federal (87), Ceará (55), Rio Grande do Sul (37), Minas Gerais (35), Bahia (33), Paraná (32), Pernambuco (30) e Santa Catarina (21). Também há registros em Goiás (15), Espírito Santo (13), Mato Grosso do Sul (nove), Acre (sete), Sergipe (seis), Alagoas (cinco), Piauí e Amazonas (três), Pará (dois) e Mato Grosso, Rio Grande do Norte, Paraíba, Amapá, Tocantins, Rondônia (um). Apenas Roraima não apresenta casos confirmados.
Mundo
O número de casos de infecção pelo novo coronavírus no mundo chegou a 245.484, segundo os últimos dados da Universidade Johns Hopkins. O total de mortes causadas pela covid-19, como é conhecida a doença, é de ao menos 10.031. Mais de 86 mil pessoas se recuperaram da enfermidade.
Medidas para conter covid-19
O Ministério da Saúde não realizou a entrevista coletiva diária que vem promovendo nas últimas duas semanas. O anúncio de medidas adotadas pelo governo foi feito em entrevista no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e de outros representantes do governo. Durante o encontro, Mandetta disse que o sistema de saúde pode entrar em colapso em abril em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
O Ministério da Saúde também declarou estado de transmissão comunitária do novo coronavírus em todo o Brasil. A ação tem a intenção de unificar ações em todos os Estados e tornar mais restritivas as medidas de contenção da covid-19, como a limitação da circulação de pessoas acima de 60 anos. A portaria, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, também garante a possibilidade de atestado médico para a família de pessoas com sintomas de gripe, independente da idade.
Os Estados que já registraram a transmissão comunitária, também conhecida como sustentada, são Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo. Este tipo de propagação é caracterizado no momento em que não é mais possível identificar a origem da contaminação de uma pessoa naquela cidade. Ainda assim, o governo decidiu ampliar a medida para todos os entes da federação.
Pelo texto, pessoas com sintomas de gripe serão tratadas como se estivessem com a covid-19, mesmo antes de realizar o exame. Os sintomas considerados são tosse seca, dor de garganta ou dificuldade respiratória, acompanhada ou não de febre. “Para contenção da transmissibilidade da covid-19, deverá ser adotada como, medida não-farmacológica, o isolamento domiciliar da pessoa com sintomas respiratórios e das pessoas que residam no mesmo endereço, ainda que estejam assintomáticos, devendo permanecer em isolamento pelo período máximo de 14 (quartorze) dias”, diz o texto.
Os familiares do paciente com suspeita de covid-19 não precisarão ir pessoalmente à unidade de saúde, mas será necessário apresentar declaração com a relação de pessoas que residem no mesmo endereço. Para os idosos, as recomendações ficam ainda mais expressas no que diz respeito ao isolamento social. Como eles fazem parte do grupo de risco, que demandam maior número de internações, a iniciativa tenta evitar a superlotação de hospitais caso haja muitas contaminações simultâneas.
Calamidade
O Congresso Nacional publicou nesta sexta-feira, 20 de março, no Diário Oficial da União, o decreto que reconhece estado de calamidade pública no País. A medida, feita a pedido da equipe do presidente Jair Bolsonaro, permite que a governo federal aumente os gastos nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus.
Ontem, em uma sessão virtual, histórica e inédita no parlamento brasileiro, o Senado aprovou, com quorum de 75 senadores, por unanimidade, o projeto de decreto legislativo (PDL 88/2020). O estado de calamidade pública valerá até o fim deste ano. Será a primeira vez que o Brasil entrará em estado de calamidade pública desde o início dos efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Pelo decreto, o governo não será mais obrigado a cumprir a meta de resultado primário para o ano, de déficit de R$ 142,1 bilhões.