O cenário definitivo da próxima eleição presidencial, que tem o primeiro turno marcado para o dia 2 de outubro de 2022, ainda está longe de ser definido. Mas as articulações para a composição do tabuleiro político deste pleito já começaram e já contabilizam onze pré-candidatos.
Segundo a Justiça Eleitoral, os partidos podem realizar as convenções partidárias para decidirem seus candidatos entre 20 de julho a 5 de agosto. Já o pedido de registro da candidatura deve ser feito até 15 de agosto. Conheça quem são os pré-candidatos que já anunciaram a intenção de concorrer ao cargo mais importante do país.
Jair Bolsonaro (PL)
O presidente da República saiu do PSL em novembro de 2019, partido pelo qual se elegeu, após desentendimentos com líderes da sigla. Depois de dois anos sem partido se filiou ao PL nesta semana. Nas eleições de 2018, Bolsonaro teve 49,2 milhões de votos no primeiro turno e 57,8 milhões no segundo turno.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O ex-presidente governou o país entre 2003 e 2010. Em 2018, não disputou as eleições, porque havia sido preso no processo do triplex do Guarujá. Em abril de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações contra Lula, sob o argumento jurídico de que o caso não era de competência da Justiça Federal do Paraná. Lula tem tido compromissos de pré-candidato, como conversas com potenciais aliados. Até o momento o seu nome não foi lançado oficialmente pelo partido.
João Doria (PSDB)
No dia 27 de novembro, o governador de São Paulo, João Doria venceu as prévias internas do partido e foi anunciado como o pré-candidato para presidente. Tem feito duras críticas aos potenciais adversários Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva e tenta se viabilizar como a terceira via nas eleições do próximo ano.
Ciro Gomes (PDT)
Foi candidato a presidente da República pelo PDT em 2018, quando obteve 13,3 milhões de votos. Naquele ano se lançou como pré-candidato para 2022. O PDT diz que Ciro vai concorrer, mas ainda não houve um lançamento oficial.
Rodrigo Pacheco (PSD)
O presidente do Senado se filiou ao PSD em outubro de 2021. Na ocasião, o presidente do partido, Gilberto Kassab, já falava em Pacheco como pré-candidato para presidente. Mas a decisão ainda não é oficial.
Sergio Moro (Podemos)
O ex-juiz federal, responsável pela Operação Lava Jato no Paraná, e ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro se filiou ao Podemos há algumas semanas. Dias depois, declarou que é pré-candidato. Saiu do governo fazendo críticas ao presidente Jair Bolsonaro.
Simone Tebet (MDB)
Senadora pelo Mato Grosso do Sul foi anunciada pelo MDB como pré-candidata do partido – no fim de novembro – pelo presidente nacional da legenda, o deputado federal Baleia Rossi. Tebet ganhou projeção nacional com atuação na CPI da Covid-19, da qual participou como representante da bancada feminina no Senado. Também é uma das líderes da bancada feminina.
Alessandro Vieira (Cidadania)
O senador pelo estado de Sergipe anunciou em setembro que seria pré-candidato. Ganhou notoriedade em razão de sua participação na CPI da Covid-19.
André Janones (Avante)
O deputado federal por Minas Gerais foi escolhido pelo diretório do partido em novembro, como o pré-candidato.
Felipe d’Ávila (Novo)
O partido lançou no início de novembro o cientista político Felipe d’Ávila como pré-candidato da legenda. Em 2018, o ex-presidente da sigla João Amoêdo ficou em quinto lugar, com 2,5% dos votos.
Cabo Daciolo (Brasil 35)
O ex-deputado filiou-se ao partido Brasil 35 em outubro de 2021. Ele foi candidato em 2018 e obteve 1,3 milhão de votos.
Sociedade civil lança frente para garantir que as eleições sejam respeitadas
O Pacto pela Democracia, coalizão com 188 organizações da sociedade civil, lançou na semana passada, o manifesto “Um pacto por eleições livres, íntegras e pacíficas em 2022” convocando diferentes setores da sociedade para assumirem um compromisso de enfrentamento às mazelas que ameaçam os direitos democráticos e colocam em risco as eleições de 2022.
Segundo o documento, durante os últimos dois anos, o Brasil sofreu incessantes ataques ao Estado Democrático de Direitos, e o Pacto se posicionou, denunciou e enfrentou estes ataques para garantir que esses direitos fossem mantidos.
Para as eleições de 2022, a coalizão reuniu centenas de organizações de sua rede para defenderem pautas que garantam eleições livres e íntegras. As fake news são um dos tópicos a serem combatidos.
O manifesto destaca as principais iniciativas levantadas pela rede. Entre elas estão o enfrentamento às estratégias de desinformação; o zelo pela segurança de candidatas e candidatos em todos os cantos do país, especialmente de mulheres, pessoas negras, indígenas, quilombolas, LGBTQIA+; a fiscalização pela transparência dos gastos eleitorais de campanha; e, por fim, a garantia de que os resultados das urnas sejam plenamente respeitados.
“Essa tarefa não seria tão desafiadora se vivêssemos sob o mínimo de normalidade democrática. Todos e todas conhecemos as ameaças de golpe que foram reiteradamente proferidas, a sistemática campanha de deslegitimação do sistema eleitoral, os ataques constantes às instituições da República, o aparelhamento de organismos militares e de segurança pública, a ampliação do armamento da população e o aumento da violência política contra populações historicamente vulnerabilizadas”, diz parte do documento.
Para aderir ao movimento o interessado deve acessar o endereço www.pactopelademocracia. org.br