O comando dos Correios anunciou nesta quarta-feira, 9 de maio, que o balanço da empresa indica lucro de R$ 667 milhões em 2017. Foi o primeiro resultado positivo desde 2013. Em 2016, houve prejuízo de R$ 1,48 bilhão e, anteriormente, em 2015, o resultado negativo atingiu R$ 2,12 bilhões.
Os números foram apresentados pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Carlos Fortner, que comemoraram os esforços pela recuperação gradativa da empresa. O balanço foi aprovado pelo Conselho Fiscal dos Correios e será submetido nesta quinta-feira (10) à deliberação do Conselho de Administração da empresa.
Kassab e Fortner disseram que essas ações incluem revisão de contratos, racionalização de custos com pessoal e de encargos sociais e a revisão do custeio do plano de saúde, “além da otimização da rede de atendimento, com foco nas necessidades dos clientes e aderente aos novos mercados e serviços”.
Em junho de 2016, sob a direção do então presidente Guilherme Campos, os Correios começaram um processo de transformação. Fortner afirmou que a empresa se mantém focada em consolidar as iniciativas de recuperar o equilíbrio financeiro, otimizar a gestão e controlar despesas.
A ideia de privatizar os Correios saiu da pauta. A afirmação foi feita por Gilberto Kassab. “Esse balanço (de 2017, que mostra volta ao lucro) e o apoio dessa casa nos permitiram tirar da pauta essa questão. Não se fala mais nisso”, disse o ministro em audiência na Câmara dos Deputados, ao ser questionado por parlamentares sobre a proposta de privatizar a companhia.
Kassab argumentou que a venda da estatal deixou de ser debatida porque o lucro de mais de R$ 600 milhões em 2017 mostram que a empresa “é viável e pode ser até ser lucrativa”. O ministro fez uma breve memória do debate sobre o futuro dos Correios e lembrou que a proposta de privatização era legítima diante de prejuízos que chegaram a superar R$ 2,5 bilhões.
Os Correios tiveram sua origem no Brasil, em 1663, atualmente estão em 5.570 municípios. Por mês, a empresa entrega cerca de meio bilhão de objetos postais, em um total de 25 milhões de encomendas. No total, são 106 mil funcionários que trabalham em mais de 12 mil unidades entre agências e centros de distribuição, tratamento e logística.
Ribeirão Preto conta atualmente com 17 unidades dos Correios (entre agências, centros de distribuição e de tratamento e unidades administrativas) e 575 empregados – cerca de 400 carteiros. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos informa que diariamente são entregues aproximadamente 150 mil correspondências no município.
Os números do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios na Região de Ribeirão Preto (Sintect –POR) são distintos. Além de informar que a empresa tem dois mil funcionários em 92 cidades da região – 1.500 carteiros –, diz que são distribuídas em Ribeirão Preto 250 mil correspondências por dia, mais de 40 mil por cada uma das seis centrais.