Um dia após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinar que sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) garantam ao menos 80% dos trabalhadores em atividade durante a greve decretada na semana passada, os Correios informaram nesta quarta-feira, 27 de setembro, que ingressarão com ação de dissídio coletivo proposta à Justiça do Trabalho para solucionar questões não resolvidas em negociação direta.
De acordo com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), a medida foi tomada após os trabalhadores ligados aos sindicatos ligados à Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) anunciarem adesão à paralisação na noite de terça-feira (26) – em Ribeirão Preto e região o movimento paredista começou em 21 de setembroe entra hoje em seu oitavo dia.
Na última segunda-feira (25), a greve ganhou força na região com a adesão de funcionários de Guaíra, Taquaritinga, Monte Azul e Dobrada, entre outras. Em Ribeirão Preto, o movimento atinge parcialmente as quatro agências oficiais. A adesão chega a 50% e emperra a entrega de correspondências. Em Franca o apoio é de 70% da categoria e em Araraquara, de 80%.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios na Região de Ribeirão Preto (Sintect), a greve atinge 92 municípios do nordeste paulista, o que corresponde a dois mil funcionários, mas não há um balanço oficial de quantos deles estão aderindo à greve nacional. A categoria ficará parada por tempo indeterminado
Os Correios têm cerca de 600 funcionários em Ribeirão Preto – 450 deles na área operacional (são cerca de 260 carteiros e operadores do centro de distribuição). A categoria tenta negociar um reajuste salarial de 8% e a manutenção de benefícios, como o plano e saúde, vale-cultura, vale-alimentação, licença por afastamento custeada pela empresa em caso de negativa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), horas-extras e férias.
Esta é a segunda greve da categoria neste ano. Entre o final de abril e o começo de maio, a adesão também chegou a 50%. Em nota divulgada nesta quarta-feira pela ECT, 90.607 empregados em todo o país estão trabalhando, o que corresponde a 83,45% do total. Mesmo assim, a empresa manteve em prática as ações do Plano de Continuidade de Negócios, que prevê o deslocamento de trabalhadores entre as unidades e a realização de horas extras. As medidas, segundo os Correios, visam reduzir os impactos da greve para a população.
Por conta da paralisação, serviços com hora marcada como o Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje, Disque Coleta e Logística Reversa Domiciliária estão suspensos. Segundo os Correios, a greve não afetou a rede de atendimento em todo o país: as unidades estão funcionando e serviços como o Sedex e o PAC continuam disponíveis para os consumidores.
Em Ribeirão Preto, o sindicato já chegou a fechar as entradas do Centro de Tratamento de Carga e Encomenda (CTCE) da empresa, no Parque Residencial Lagoinha. O local recebe todos os dias encomendas de diferentes partes do Brasil para entrega em municípios importantes da região. Os Correios propõem reajuste de 3% nos salários e benefícios a partir de janeiro de 2018 e manutenção das demais cláusulas do acordo coletivo de trabalho 2016/2017.