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Correios ajuízam dissídio coletivo

© Fernando Frazão/Agência Brasil

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) anunciou nesta terça-feira, 25 de agosto, que ajuizou dissídio coletivo de greve no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Os trabalhadores estão em greve há uma semana desde o dia 18. Segundo nota, des­de o início de julho, os Cor­reios tentaram negociar com as entidades representativas dos empregados os termos do acordo coletivo de trabalho.

“Dando continuidade às ações de fortalecimento de suas finanças e consequente preservação de sua sustentabi­lidade, a empresa apresentou uma proposta que visa a ade­quar os benefícios dos empre­gados à realidade do país e da estatal”. Os Correios ressaltam que os vencimentos de todos os empregados seguem res­guardados e os trabalhadores continuam tendo acesso, por exemplo, ao benefício auxílio­-creche e aos tíquetes refeição e alimentação, em quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada trabalhador.

Estão mantidos ainda – aos empregados das áreas de distribuição e coleta, tra­tamento e atendimento –, os respectivos adicionais. “A paralisação parcial da maior companhia de logística do Brasil, em meio à pandemia da covid-19, traz prejuízos fi­nanceiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreende­dores brasileiros, além de afe­tar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade”, diz o comunicado.

Diz ainda que os “Correios têm preservado empregos, salá­rios e todos os direitos previstos na CLT para os empregados. A empresa aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram ao movimento paredista o quanto antes, cientes de sua responsa­bilidade para com a população, já que agora toda a questão terá seu desfecho na Justiça”.

Segundo a Federação Na­cional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Si­milares (Fentect), parte dos trabalhadores decidiu cruzar os braços em protesto contra a proposta de privatização da estatal e pela manutenção de benefícios trabalhistas. A categoria também reivindica mais atenção, por parte da empresa, quanto aos riscos que o novo coronavírus re­presenta para os empregados.

A Fentect, divulgou uma nota criticando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o acor­do coletivo dos trabalhadores da empresa, e prometeu in­tensificar a greve. “Quanto a continuidade da greve, a dire­ção da Fentect e os sindicatos decidiram pela manutenção e ampliação do movimento”, diz.

Federações de funcionários dos Correios estimaram que 70% do contingente opera­cional (entre carteiros, carre­gadores e motoristas) e admi­nistrativo da estatal cruzaram os braços, o que equivaleria a 74 mil trabalhadores em todo o país. As agências continuam abertas, mas sendo operadas por um contingente de 30% dos empregados – como deter­mina a lei nesses casos. O nú­mero da adesão é contestado pela ECT, segundo a qual 83% do efetivo total não teria inter­rompido seu trabalho.

O movimento não afeta o funcionamento das agên­cias franqueadas, já que seus funcionários seguem outro regime de trabalho. Os fun­cionários acusam os Correios de descumprir o acordo coletivo que teria vigência até 2021. En­tre os benefícios revogados estão pagamento de 30% de adicional de risco, vale-alimentação, li­cença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais.

Os Correios dizem que o objetivo das negociações é se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia. “A diminuição de despesas pre­vista com as medidas de con­tenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais.” No caso de produtos adquiri­dos de empresas que fazem a entrega pelos Correios, essas empresas são responsáveis por encontrar outra forma para que os produtos sejam entregues ao consumidor no prazo contratado.

Ribeirão Preto conta atu­almente com 17 unidades dos Correios (entre agências, cen­tros de distribuição e de trata­mento e unidades administrati­vas) e cerca de 570 empregados – são aproximadamente 400 carteiros. A empresa informa que diariamente são entregues aproximadamente 150 mil cor­respondências no município.

Os números do O Sindica­to dos Trabalhadores dos Cor­reios na Região de Ribeirão Preto (Sintect-RPO) são dis­tintos. Além de informar que a empresa tem dois mil funcio­nários em 92 cidades da região – 1.500 carteiros –, diz que são distribuídas em Ribeirão Pre­to 250 mil correspondências por dia, mais de 40 mil por cada uma das seis centrais – a agência na avenida da Saudade fechou. Na região, a categoria também aderiu à greve.

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