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Coronavírus: eleições em segundo plano

JF PIMENTA

Milhões de brasileiros irão às urnas neste ano para esco­lher os prefeitos e vereadores que assumem os cargos a par­tir de 2021. Antes da pande­mia do novo coronavírus, as eleições, marcadas para 4 de outubro, prometiam ser um dos principais assuntos do ano. Entretanto, o poder de destrui­ção do vírus, além de colocar o tema em quarentena, também pode adiar a disputa eleitoral para novembro ou dezembro.

Com isso o embate politico que já deveria estar começan­do parece ter ficado em segun­do plano e até a troca de farpas entre os potenciais pré-can­didatos a prefeito, como por exemplo, de Ribeirão Preto passou a receber pouca aten­ção da maioria da população. Afinal, neste momento, para muitos, o primordial parece ser evitar o contágio da doen­ça e tentar sobreviver à crise econômica que tem destruído muitos empregos.

Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Ri­beirão Preto mostrou que cerca de 10 mil pessoas já perderam os empregos no ramo da alimenta­ção na cidade entre os meses de março, abril e começo de maio, devido à pandemia.

O estudo estatístico aponta ainda que o setor, que emprega 30 mil funcionários no muni­cípio, deve atingir 50% de des­ligamentos até o final do ano.

Como a data do pleito é de­finida pela Constituição, cabe ao Congresso, em consulta com o Tribunal Superior Elei­toral, discutir o assunto e, se for o caso, votar um projeto de emenda à Constituição (PEC). O artigo 29 da Constituição define que a eleição deve ser realizada “no primeiro domin­go de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder”.

Desta foram caso não seja adiada, a votação do primei­ro turno está marcada para o dia 4 de outubro. Em muni­cípios com mais de 200 mil eleitores, o segundo turno, se houver, deve ser realizado no último domingo de outubro. Neste ano, será o dia 25 do mesmo mês.

A mais recente pressão por adiamento vem dos atuais pre­feitos, por meio da Confedera­ção Nacional dos Municípios (CNM). A entidade divulgou recentemente carta aberta pe­dindo a transferência do plei­to municipal deste ano para 2022 para que o país tenha um calendário eleitoral úni­co. Naquele ano haverá elei­ção para presidente, gover­nadores, deputados federais, estaduais e senadores.

No Tribunal Superior Elei­toral (TSE) sobre a presidência do ministro Luís Barroso, do Supremo Tribunal Federal – até existe aventada a proposta de adiamento sem prorrogação de mandato, frente à pandemia.

Já os deputados e senado­res consideram adiar a votação para, no máximo, novembro ou dezembro, a tempo de que os eleitos assumam seus cargos na data prevista. Por enquanto, os prazos do calendário eleito­ral, também estão mantidos.

Vale destacar que as con­venções partidárias para a es­colha dos candidatos deverão ser realizadas de 20 de julho a 5 de agosto. Também a partir de 20 de julho, os candidatos passam a ter direito de respos­ta à divulgação de conteúdo difamatório, calunioso ou in­jurioso por qualquer veículo de comunicação social.

Em Ribeirão Preto, além da escolha do prefeito que vai comandar a cidade entre 2021 e 2024, serão escolhidos 22 ve­readores, pois ocorrerá uma redução de vagas por deter­minação da Justiça. Hoje são 27 parlamentares. Dados do Tribunal Superior Eleitoral re­velam que nas eleições de 2018 Ribeirão Preto tinha 443.223 eleitores aptos a votar.

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