O número de casos suspeitos do novo coronavírus, o Covid-19, passou de 163 para 130 no estado de São Paulo, segundo boletim divulgado nesta terça-feira, 3 de março, pela Secretaria Estadual da Saúde. Os dois pacientes infectados pela doença, únicos casos confirmados no País até o momento, passam bem, mas ainda apresentam sintomas e permanecem em isolamento. Coordenador de Controle de Doenças da pasta, Paulo Menezes informou que, nas últimas 24 horas, quase 60 casos suspeitos da doença foram descartados.
“Foram descartados 56 casos porque tiveram exames negativos para o coronavírus e tivemos 23 novas notificações. Os casos suspeitos que tínhamos de contactantes com os casos confirmados foram descartados”, diz. “Os pacientes infectados estão evoluindo bem, mas ainda apresentam alguns sintomas que pedem isolamento domiciliar”, explica. Segundo Menezes, todos os casos suspeitos são importados. Os dados foram apresentados após reunião do Centro de Contingência de Coronavírus do governo de São Paulo.
O secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, afirmou que dois mil profissionais da rede já foram capacitados para lidar com a doença e que uma campanha nos veículos de comunicação sobre o Covid-19 começaria a ser veiculada nesta terça-feira. Durante a coletiva, o secretário e o coordenador do Centro de Contingência, o infectologista David Uip, defenderam que a Organização Mundial da Saúde (OMS) passe a classificar a situação como uma pandemia.
“Se ele (coronavírus) está nos cinco continentes, é porque é pandêmico. Nesse sentido, de fato, estamos esperando que rapidamente a OMS coloque isso”, afirma Germann. Uip completou: “Eu pleiteio que se torne pandemia. O secretário e o Ministério da Saúde pleiteiam, mas quem determina é a OMS”.
Em coletiva na segunda-feira (2), a OMS pediu calma e informou que é possível desacelerar a epidemia. O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comparou a doença com a influenza comum. De acordo Menezes, a mudança na classificação faria com que os critérios de avaliação dos casos suspeitos deixasse de ter como base a procedência dos pacientes.
Ele afirmou ainda que, caso o vírus passe a ser transmitido de pessoa a pessoa no Brasil, os critérios também serão atualizados. “Se estiver circulando entre a população, será pela sintomatologia, pela gravidade e não mais pelo critério de procedência de onde o vírus está circulando”.
Os dois casos confirmados da doença no País foram registrados em São Paulo: um homem de 61 anos e outro de 32, que, segundo o Ministério da Saúde, estão bem. Ambos viajaram para a Itália. Eles não apresentaram problemas de saúde ou complicações decorrentes da doença nem foram registrados sinais e sintomas nas pessoas que convivem com eles.
Ribeirão Preto
Exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, deram negativo e descartaram a presença do novo coronavírus no empresário de 42 anos que chegou ao Brasil no dia 22 de fevereiro, em voo direto de Milão para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, de onde embarcou em um avião para Ribeirão Preto.
O homem havia apresentado sintomas da doença, como coriza e dor de garganta, e procurou atendimento médico imediato em um hospital particular.
Ribeirão Preto investiga mais três casos suspeitos de Covid-19. No total, a cidade ainda tem quatro pessoas com os sintomas da doença, e todas aguardam os resultados dos exames que estão sendo feitos pelo Instituto Adolfo Lutz.
No último levantamento divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, na segunda-feira (2), São Paulo registrava 163 casos suspeitos da doença, dos quais 71 eram na capital. O segundo município com mais casos suspeitos era Campinas, com onze registros. Já o governo de Franca informou que o Instituto Adolfo Lutz descartou a suspeita de Covid-19 em um homem e uma estilista, de 36 anos, que viajaram também para Milão.
“Materiais coletados de ambos foram submetidos a exames em São Paulo e deram negativos. Os dois pacientes passam bem”, diz a nota enviada pela prefeitura. Entretanto, a cidade investiga agora a suspeita de coronavírus em uma mulher que esteve na Alemanha. A paciente permanece em isolamento domiciliar e orientada. Outras cidades da macrorregião com casos suspeitos são Barretos (dois), São Carlos (dois) e Araraquara, Batatais, Franca e Pirassununga – um cada.