Tribuna Ribeirão
Saúde

Coronavírus aumenta transtornos psiquiátricos

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um estudo feito pela Fa­culdade de Medicina da Uni­versidade de São Paulo (USP) mostra que pessoas que tive­ram covid-19 de forma mo­derada ou grave passaram a registrar maior incidência de transtornos psiquiátricos após a contaminação. O ar­tigo sobre a pesquisa foi pu­blicado na revista científica General Hospital Psychiatry.

Foram avaliados 425 adul­tos, depois de seis a nove me­ses da alta hospitalar por cau­sa da covid-19. Todos foram pacientes internados no Hos­pital das Clínicas da USP por pelo menos 24 horas, entre março e setembro de 2020. Aqueles que precisaram de tratamento em unidade de terapia intensiva (UTI) foram considerados casos graves e os demais, moderados.

Os pacientes foram sub­metidos a entrevista psi­quiátrica estruturada, testes psicométricos e bateria cog­nitiva. De acordo com o es­tudo, a prevalência de trans­torno mental comum neste grupo de pacientes pós-covid foi de 32,2%, maior do que o relatado na população geral brasileira (26,8%).

Quanto ao diagnóstico de depressão, houve prevalência de 8%, superior ao da popu­lação geral brasileira (em tor­no de 4% e 5%). Transtornos de ansiedade generalizada estavam presentes em 14,1%, resultado também superior à prevalência na população geral brasileira (9,9%).

Segundo a pesquisa, os resultados psiquiátricos não foram associados a nenhu­ma variável clínica relacio­nada à gravidade da doença em fase aguda, ou seja, não foram mais preponderantes naqueles pacientes que apre­sentaram grau de inflamação maior, por exemplo.

“Os comprometimentos psi­quiátricos e cognitivos observa­dos a longo prazo após covid-19 moderada ou grave podem ser vistos como uma expressão dos efeitos do Sars-CoV-2 na homeostase [equilíbrio] cere­bral ou uma representação de manifestações psiquiátricas inespecíficas secundárias à di­minuição do estado geral de saúde”, diz o texto da pesquisa.

Rodolfo Damiano, médi­co residente do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, é o primeiro autor do estudo. Os resultados da pesquisa, que contou com apoio da Fundação de Ampa­ro à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), podem ser vis­tos em https://www.sciencedi­rect.com/science/article/pii/S0163834322000020#!.

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