Tribuna Ribeirão
Saúde

Coronavac – Vacina protege após seis meses da 2ª dose

© Rovena Rosa/Agência Brasil

A vacina Coronavac, pro­duzida no Brasil pelo Instituto Butantan em parceria com a far­macêutica chinesa Sinovac Life Science, do grupo Sinovac Bio­tech, manteve a proteção contra o coronavírus após seis meses da aplicação da segunda dose, mostra estudo de efetividade no município de Serrana, na região metropolitana, a 25 quilômetros de Ribeirão Preto.

Segundo a análise do Projeto S, do Instituto Butantan, as taxas de anticorpos para se defender da infecção contra o Sars-CoV-2 em todas as faixas etárias se mantiveram acima de 99%. Além disso, a dose de reforço da mesma vacina em idosos au­mentou de duas a quatro vezes os níveis de anticorpos.

Os dados fazem parte das conclusões preliminares da se­gunda etapa de sorologia e ava­liação da resposta imunológica dos voluntários do Projeto S, como o estudo de efetividade é chamado. A população de Ser­rana foi vacinada no primeiro semestre de 2021 para avaliar a capacidade da Coronavac de conter a pandemia e a transmis­são do vírus.

Até agora, foram realizadas três coletas de sorologia nos par­ticipantes do Projeto S: a primei­ra, em julho de 2021, três meses após a vacinação; a segunda em outubro de 2021, seis meses após a vacinação; a terceira, em janei­ro de 2022, nove meses após a vacinação. Uma última coleta será feita em abril de 2022, doze meses após a imunização.

Podem participar pessoas de todas as idades, desde que tenham sido voluntárias do Pro­jeto S. As análises da segunda coleta se referem a um período em que os idosos já haviam co­meçado a receber a dose de re­forço pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) ou por meio da parceria entre o Butantan e a prefeitura de Serrana. Na cidade, a maior parte da população acima de 60 anos recebeu a Coronavac também na terceira dose.

De acordo com o Butantan, inicialmente o projeto seria en­cerrado após um ano da con­clusão do esquema vacinal, mas a equipe deve pedir a renovação e continuar as análises por pelo menos mais doze meses. Isso ocorre devido à adaptação dos esquemas vacinais, com a administração de doses de re­forço; ao surgimento de novas variantes; e à manutenção das altas taxas de transmissão.

A proposta de uma nova fase é seguir coletando dados sobre a imunidade gerada pela vacina ao longo do tempo, além de sa­ber como os anticorpos e a imu­nidade celular vão se comportar diante de casos mais graves. A última avaliação ocorreu em outubro do ano passado e é de grande importância que todos os voluntários se apresentem novamente.

“Foi possível observar um incremento grande nos níveis de anticorpos na população mais idosa da ordem de duas a qua­tro vezes quando comparados à etapa anterior, mostrando a capacidade da Coronavac em promover um aumento impor­tante na resposta imune com a terceira dose mesmo nas faixas etárias mais elevadas”, explica o médico Gustavo Volpe, diretor técnico do Hospital Estadual de Serrana e um dos coordenado­res do Projeto S.

“Vale ressaltar também que na população que não havia re­cebido a terceira dose, entre 18 e 59 anos, não houve uma queda significativa nos níveis de an­ticorpos entre as coletas de três e seis meses, mostrando uma resposta imunológica sustenta­da para a vacinação com duas doses de Coronavac”, completa o pesquisador.

A imunização de toda a po­pulação adulta do município de Serrana, no interior paulista, com a vacina Coronavac fez os casos sintomáticos de covid-19 despencarem 80%, as interna­ções, 86%, e as mortes, 95% após a segunda vacinação do último grupo. Os resultados também mostraram que a imunização protege tanto os adultos que re­ceberam as duas doses da vacina quanto as crianças e adolescen­tes com menos de 18 anos, que não foram vacinados.

Segundo o Instituto Brasi­leiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade tem 46.166 habitantes. O estudo tem como objetivo estimar e comparar a imunização para Sars-CoV-2 de adultos e idosos de Serrana, ana­lisar quanto tempo dura a imu­nidade e avaliar a resposta imu­ne celular. A pesquisa também pretende observar o processo de envelhecimento do sistema imunológico, que pode inter­ferir na forma como o organis­mo combate o coronavírus à medida que o tempo passa.

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