Tribuna Ribeirão
Saúde

CoronaVac – SP quer abrir vacinação em dezembro

GOVERNO DE SÃO PAULO

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta quarta­-feira, 30 de setembro, que, se a CoronaVac passar na fase de tes­tes em voluntários e for aprovada pela Agência Nacional de Vigi­lância Sanitária (Anvisa), a vaci­nação poderá ocorrer já a partir de 15 dezembro, começando por profissionais de saúde. Os testes seguem até 15 de outubro.

“Estamos confiantes no re­sultado dessa vacina. Estamos avançando positivamente com esperança de que essa será uma das mais promissoras vacinas contra a covid-19. Vamos res­peitar os procedimentos de testagem, e após aprovação da Anvisa, o início da vacinação está previsto para começar no dia 15 de dezembro, começan­do pelos profissionais da saú­de”, afirmou Doria.

O governador assinou o termo de compromisso com a biofarmacêutica Sinovac Life Science para fornecimento de 46 milhões de doses da Corona­Vac ao estado de São Paulo até dezembro de 2020. O potencial imunizante contra o coronaví­rus é desenvolvido em parceria com o Instituto Butantan.

Doria também esclareceu que já há um entendimento ver­bal entre a direção do Butantan e a Sinovac para que outras 14 mi­lhões de doses da vacina sejam fornecidas em fevereiro de 2021. O acordo foi assinado no Palácio dos Bandeirantes.

Além de Doria, assinaram o documento o diretor do Butan­tan, Diamas Tadeu Covas, e o vice-presidente mundial da Si­novac, Weining Meng. No valor de US$ 90 milhões, o contrato também formaliza a transferên­cia de tecnologia para produção da vacina pelo instituto.

Até dezembro, a farmacêu­tica vai enviar seis milhões de doses da vacina já prontas, en­quanto outras 40 milhões serão formuladas e envasadas em São Paulo. A segurança do imuni­zante já foi comprovada em uma pesquisa com mais de 50 mil vo­luntários na China.

Do total de voluntários, 94,7% não tiveram nenhuma reação adversa. Outros 5,36% sentiram efeitos adversos, todos de baixa gravidade, como dor no local da aplicação (3,08%), febre moderada (0,21%) e fadiga e perda de apetite (1,53%). Co­meçaram na China os testes em crianças e idosos.

Entre as pessoas com mais de 60 anos, a vacina foi aplicada em 422 voluntários e os resulta­dos apontaram 97% de eficácia. Os estudos em crianças têm 552 voluntários de 3 a 17 anos. No total, foram aplicadas 67.260 doses da CoronaVac em 50.027 pessoas, ação que foi autorizada pelo governo chinês para alguns grupos, como pacientes de risco e funcionários da Sinovac.

A vacina também já vem sendo testada no Brasil des­de julho e, atualmente, os es­tudos clínicos da última fase são acompanhados por doze centros de pesquisa científica em cinco estados e no Distrito Federal. O Hospital das Clíni­cas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universi­dade de São Paulo (HCFMRP/ USP) participa dos testes da nova vacina.

O HC iniciou os testes da nova vacina contra o coronaví­rus em 30 de julho. Foram se­lecionados 500 voluntários para receber a vacina. No último dia 25, Doria anunciou a ampliação da testagem para mais quatro centros de pesquisa em Barre­tos (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Pelotas (RS).

Com isso, a quantidade de voluntários do estudo coorde­nado pelo Instituto Butantan será ampliada de nove mil para 13 mil voluntários. O perfil dos voluntários que poderão se candidatar ao estudo permane­ce praticamente o mesmo. Pro­fissionais da saúde que estejam trabalhando no atendimento a pacientes com covid-19.

Tanto na China como no Brasil, os testes clínicos passa­ram a envolver voluntários com mais de 60 anos, que são o gru­po mais suscetível aos sintomas graves da covid-19. De acordo com o Butantan, que coordena a pesquisa no Brasil, a expecta­tiva é que os testes de eficácia da CoronaVac sejam encerrados até o dia 15 de outubro.

Se o imunziante tiver sucesso na última etapa dos testes, o ins­tituto pedirá a aprovação emer­gencial do imunizante à Anvisa. O objetivo do governo é iniciar uma campanha de vacinação contra o coronavírus na segun­da quinzena de dezembro, com prioridade para profissionais de todas as unidades públicas e pri­vadas de saúde de São Paulo.

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