Tribuna Ribeirão
Geral

Coronavac funciona contra cepa do AM

THOMAS PETER/REUTERS

Resultados preliminares de um estudo feito no Brasil suge­rem que a Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêuti­ca chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butan­tan, é eficaz contra a variante P.1 do coronavírus, originada em Manaus (AM) no fim de 2020 e já presente em ao me­nos 17 Estados.

O imunizante teria se mos­trado efetivo contra a nova cepa em estudos feitos com o soro de pessoas vacinadas, segundo afirmou à agência Reuters uma fonte envolvida nas pesquisas que não quis se identificar. Os estudos com soro geralmente avaliam se os anticorpos presentes no san­gue do imunizante são capazes de neutralizar o vírus.

Conforme a Reuters, a fonte não divulgou mais dados nem informou quando os resultados serão divulgados publicamente ou em um artigo científico. A informação sobre esses acha­dos preliminares foi confirma­da pelo Estadão com pessoas envolvidas nas pesquisas.

De acordo com essas fontes, além dos dados das pesquisas em laboratório, com o soro dos vacinados, resultados prelimi­nares de estudos de efetividade também demonstraram redu­ção de casos graves entre idosos, o que indicaria que a vacina está tendo eficácia no país mesmo em meio à disseminação da nova cepa do coronavírus.

Os estudos de efetivida­de são os chamados testes “de vida real”, em que a eficácia da vacina é avaliada ao ser aplica­da em massa na população. De acordo com as fontes, bons re­sultados já estão sendo observa­dos em locais como os Estados de São Paulo e Pernambuco.

A variante manauara do coronavírus já chegou a Ribei­rão Preto. O anúncio foi feito pela prefeitura, Hospital das Clínicas da Faculdade de Me­dicina da Universidade de São Paulo (HCFMRP/USP) e He­mocentro, em 23 de fevereiro.

O levantamento sequen­ciou o RNA de 94 pacientes para detecção da P.1. Deste to­tal, 24 amostras analisadas são de moradores de Ribeirão Pre­to e 70 de Serrana, sendo que em doze havia sinais da nova cepa manauara.

Ou seja, 12,7%. São cinco pacientes ribeirão-pretanos e sete serranenses, com média de idade de 36 anos e sem co­morbidades. Dois chegaram a ser internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e os demais se recuperavam em casa. Os doze infectados com a nova cepa não apresentaram sinais tí­picos de gripe, mas reclamaram de dor no peito e febre.

Dentre as amostras com a nova variante, apenas duas são importadas. Ou seja, fo­ram constatadas em pessoas que viajaram para Manaus ou vieram da capital do Ama­zonas para a região. O RNA de mais 200 amostras estava sendo seqüenciado.

Cepa perigosa
Pesquisas recentes mos­tram que a variante P.1 é duas vezes mais transmissível do que as cepas predominantes no Brasil durante a primeira onda. Segundo os estudos, ela teria ainda probabilidade de 25% a 61% maior de escapar da imu­nidade desenvolvida, com base em uma contaminação prévia e aumentaria em dez vezes a carga viral nas células do doente.

Na semana passada, fon­tes também informaram à imprensa que o imunizante Covishield, desenvolvido pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica britânica As­traZeneca, se mostrou eficaz contra a cepa P.1. Os dados dos testes, porém, não foram apresentados.

Os resultados são prome­tidos para esta semana. Em ambos os casos, a comuni­dade científica cobra que os resultados detalhados sejam divulgados para que a eficácia da vacina contra a P.1 seja co­nhecida. Os dois imunizantes já têm sido utilizados, desde janeiro, na campanha nacional de vacinação.

Postagens relacionadas

Vicente Golfeto está internado na UTI

Redação 2

Covid-19 – Crescimento ‘linear’ de casos é aposta otimista de empresários

Redação 1

Nenhuma aposta acerta a Mega-Sena e prêmio vai a R$ 127 milhões

Redação 2

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com