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Coreia do Norte testa míssil hipersônico com sucesso

NORTH KOREA’S CENTRAL NEWS AGENCY/KCNA

A Coreia do Norte fez tes­te de um míssil hipersônico, informou na quarta-feira, 5 de janeiro, a agência oficial nor­te-coreana KCNA, o primeiro desse tipo realizado pelo país neste ano. O míssil transpor­tava uma “ogiva hipersônica”, que “atingiu com precisão um alvo a 700 quilômetros (km) de distância”.

É a segunda vez que a Co­reia do Norte faz o lançamen­to de míssil hipersônico, uma arma sofisticada que mostra os avanços da indústria de defesa de Pyongyang. O teste ocorre no momento em que a Co­reia do Norte passa por grave escassez de alimentos e blo­queios devido ao Sars-CoV-2.

De acordo com militares sul-coreanos, Pyongyang dis­parou o que “se presume ser um míssil balístico” no Mar do Japão, a leste da península coreana, incidente que os ser­viços de informações sul-core­anos e norte-americanos “ana­lisam cuidadosamente”.

Este é o segundo teste de míssil hipersônico, que pode demorar mais tempo para ser detectado do que os balísticos. O lançamento aconteceu depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ter prometido, em mensagem de ano-novo, reforçar as de­fesas de Pyongyang.

As armas hipersônicas ge­ralmente voam em direção a alvos em atitudes mais baixas do que os mísseis balísticos e podem atingir mais de cinco vezes a velocidade do som – cerca de 6,2 mil km por hora. O governo japonês conde­nou o lançamento do míssil no Mar do Japão (conhecido como Mar Oriental nas duas Coreias) e disse que vai refor­çar ainda mais seus sistemas de monitoramento.

“É extremamente lamen­tável que a Coreia do Norte tenha continuado a lançar mísseis desde o ano passado. O governo vai reforçar ainda mais a vigilância”, disse o pri­meiro-ministro japonês, Fu­mio Kishida, em entrevista. Também os Estados Unidos condenaram o lançamento do projétil não identificado e convocaram Pyongyang para negociações.

“Esse disparo viola várias resoluções do Conselho de Se­gurança da ONU e representa ameaça aos vizinhos da Coreia do Norte e à comunidade in­ternacional”, disse um porta­-voz do Departamento de Es­tado norte-americano.

“Continuamos comprome­tidos com uma abordagem di­plomática em relação à Coreia do Norte e pedimos que ela se comprometa com o diálogo”, acrescentou a mesma fonte. O governo do presidente Joe Biden tem dito repetidamente que está aberto a negociações com a Coreia do Norte, mas Pyongyang rejeitou até agora as propostas de diálogo, acu­sando Washington de seguir políticas “hostis”.

ONU pede diplomacia
O secretário-geral da Or­ganização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou à diplomacia após o lançamento do projétil, pedin­do conversações entre Pyon­gyang e as partes envolvidas. “O envolvimento diplomático e as conversações continuam a ser o único caminho para uma paz sustentável e a desnuclea­rização completa e verificável da península coreana”, disse o porta-voz de Guterres, Sté­phane Dujarric.

O Conselho de Segurança da ONU planeja realizar, na próxima semana, reunião de emergência para discutir o lançamento. Fontes diplomá­ticas da ONU afirmaram on­tem que cinco países, incluin­do Estados Unidos, Reino Unido e França, solicitaram reunião emergencial do con­selho. Negociações estão sen­do feitas para que o encontro ocorra na segunda-feira (10).

O Japão e os Estados Uni­dos disseram que o lançamen­to, que utilizou tecnologia de mísseis balísticos, cons­titui violação de resoluções do Conselho de Segurança da ONU. O conselho reali­zou reuniões de emergência quando a Coreia do Norte lançou mísseis em setembro e em outubro do ano passado.

Nações ocidentais pediram uma declaração condenando os lançamentos, mas a China e a Rússia não concordaram. Pe­quim e Moscou estão pedindo a suspensão de sanções con­tra Pyongyang. Observadores afirmam que há possibilidade de o Conselho de Segurança não ser capaz de apresentar, novamente, uma frente unida contra a Coreia do Norte.

Declaração antinuclear
China, Rússia, Reino Uni­do, França e Estados Unidos assinaram declaração con­junta para evitar uma guerra nuclear e prevenir a corrida ao armamento atômico. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) decidiram assumir o compromisso no momento em que foram re­tomadas as negociações mul­tilaterais para resgatar o acor­do nuclear com o Irã.

Em documento publica­do nas páginas oficiais das presidências das cinco potên­cias nucleares, eles insistem na caráter exclusivamente defensivo dos arsenais nu­cleares, garantem oposição à proliferação desse tipo de armamento e lembram que “não pode haver vencedores numa guerra nuclear”.

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