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Economia

Copom mantém juros em 2% ao ano

© Marcello Casal JrAgência Brasil

Em meio ao aumento da in­flação de alimentos que começa a estender-se por outros setores, o Banco Central (BC) decidiu não mexer nos juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 2% ao ano pela quarta vez seguida. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

Com a decisão de quarta­-feira, 20 de janeiro, a Selic está no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1996. Em julho de 2015, a taxa chegou a 14,25% ao ano. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020.

A Selic é o principal instru­mento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Na­cional de Preços ao Consumi­dor Amplo (IPCA). Em 2020, o indicador fechou em 4,52%, acima do centro da meta, de 4%. Para 2020, o Conselho Mo­netário Nacional (CMN) tinha fixado meta de inflação de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

O IPCA, portanto, não podia superar 5,5% neste ano nem fi­car abaixo de 2,5%. A meta para este ano foi fixada em 3,75%, também com intervalo de to­lerância de 1,5 ponto percen­tual. No Relatório de Inflação divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autorida­de monetária estimava que, em 2021, o IPCA fecharia o ano em 3,4% no cenário base.

Esse cenário considera uma eventual alta da inflação no primeiro semestre, seguida de queda no segundo semes­tre. A projeção, por enquanto, está em linha com as previ­sões do mercado. De acordo com o boletim Focus, pesqui­sa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,43%.

A manutenção da taxa Selic em níveis baixos estimula a eco­nomia porque juros menores barateiam o crédito e incenti­vam a produção e o consumo em um cenário de baixa ativida­de econômica. No último Rela­tório de Inflação, o Banco Cen­tral projetava crescimento de 3,8% para a economia em 2021. A projeção pode ser revisada nos próximos relatórios, que saem no fim de cada trimestre.

O mercado projeta contra­ção um pouco menor. Segun­do a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem contração de 3,45% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços pro­duzidos pelo país) neste ano. A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liqui­dação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais ta­xas de juros da economia.

Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o ex­cesso de demanda que pres­siona os preços, porque juros mais altos encarecem o cré­dito e estimulam a poupança. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o con­sumo, mas enfraquece o con­trole da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

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