Por Isabella Mengelle
A 28ª edição da Agrishow ainda não começou, mas já começou a movimentar as empresas que participarão do evento, que acontece entre 1º e 5 de maio em Ribeirão Preto (SP). Para o CEO da Credicitrus, Walmir Fernandes Segatto, a expectativa é de movimentar pelo menos R$ 500 milhões durante a feira.
“Quando a gente fala de recursos diretos, a gente chega a operar na Agrishow com R$ 500 milhões, R$ 600 milhões todos os anos. Mas o que chega de volume de proposta chega perto de R$ 1 bilhão. Tem cooperados que demandam análise, mas ela pode não ser concretizada”, explica.
Segundo Segatto, algumas dificuldades relacionadas ao agronegócio impactam a concretização imediata das transações. “É normal que se tenha uma extensão de prazo para os próximos dois ou três meses, até lá para setembro. Quando falamos de máquinas, se não chegar até setembro, não opera a safra e naturalmente acaba estendendo-se por mais um ano. Dentro do contexto de fechamento que se faz dentro da Agrishow especificamente, a gente tem anos que superam R$ 500 milhões, mas sempre em função do que o mercado consegue entregar de máquina”.
As condições do mercado são determinantes para os valores e tipos de negócios que serão fechados. Ainda de acordo com o CEO, em 2022 as dificuldades na importação de peças e a extensão do prazo de entrega de máquinas atrasaram o tempo para a concretização de negócios, o que acabou impactando as safras.
Outro aspecto importante para os resultados do último ano foi o mercado de fertilizantes – em 2022, os preços provocaram um recuo no fechamento de negócios, mas em 2023, a previsão é de antecipação.
Apesar das dificuldades, a Credicitrus iniciou o ano com um balanço positivo de negócios. O patrimônio líquido da cooperativa, considerado um dos principais demonstrativos de solidez econômico-financeira, superou R$ 2,2 bilhões, o que representa um aumento de 16,77% em relação ao ano anterior e de 39,13% em relação ao quadriênio 2019-2022.
Outro recorde expressivo foi a carteira de crédito, que atingiu R$ 5,2 bilhões em 2022, com altas de 38,25% sobre 2021 e de 69,05% no quadriênio 2019-2022. Atualmente, a instituição conta com mais de 160 mil cooperados e filiais em 100 municípios brasileiros.
Cenário desafiador
Segatto avalia o cenário econômico atual como desafiador, mas acredita que mesmo assim as linhas de incentivo ao agro devem crescer nos próximos anos.
“O desafio é bem grande. Quando a gente fala de Fazenda Brasil, uma parte dos recursos chega equalizada. O valor tem sido em torno de R$ 300 milhões e evolui muito todo ano, a gente vê que o governo se esforça, mas o agro representa 25% do PIB e quase 30% da balança comercial. Os recursos ainda são poucos e são necessárias outras alternativas, mas a gente tem uma expectativa muito positiva. Tem muita transformação acontecendo”, finaliza.