O rebaixamento do Botafogo para a Série C entristeceu o torcedor e toda sua coletividade. Entretanto, o desempenho do time dentro de campo ao longo da temporada foi tão ruim, que algo diferente da queda foi se tornando improvável.
As dificuldades financeiras – apontadas por Osvaldo Festucci, presidente do Botafogo Futebol Clube, ainda em dezembro de 2019 – deram o tom de como seria a temporada para o Tricolor.
“Por hora, não temos nenhum atleta contratado. O mercado está muito aquecido e os valores estão muito altos. Como nosso orçamento é apertadíssimo, estamos com muita cautela. Estamos trabalhando. Vamos sempre respeitar o orçamento que, desta vez, será baixo”, disse Festucci à época ao Jornal Tribuna.
A entrevista foi concedida no dia 7 de dezembro de 2019, ou seja, a pandemia do novo coronavírus nem estava em pauta e o clube já tinha seu planejamento atrasado para o Paulistão 2020. Resultado? Briga contra o rebaixamento no estadual.
Com 4 vitórias, 3 empates e 7 derrotas, o Botafogo fez campanha para cair. Entretanto, ao apagar das luzes, o Palmeiras virou para cima do Água Santa, derrubou o time do ABC e livrou a cara do Pantera.
O planejamento começou com Wagner Lopes no comando e terminou com Claudinei Oliveira. Na reta final, para tentar melhorar o desempenho do time, chegaram Wellington Tanque, Victor Bolt, Naldo e Matheus Anjos.
Do quarteto de reforços – todos com salários mais altos – apenas Matheus Anjos e Victor Bolt conseguiram ter bons desempenhos. Tanque, apesar da voluntariedade, sofreu com gols perdidos e desconfiança do torcedor.
O caso mais grave foi o de Naldo, que chegou para resolver na Série B, mas acabou entrando em campo em apenas 11 oportunidades, sendo oito delas como titular. Afundando em lesões musculares, o meio-campista mais foi desfalque do que esteve em campo.
Série B
Antes do inicio da Série B, após montagens de elenco que não vingaram no Paulistão 2019 e 2020, Adalberto anunciou que Luiz Pereira e Osvaldo Festucci haviam se afastado do Departamento de Futebol e que as contratações para completar o elenco para o nacional seriam feitas por ele próprio e por Fernando Gelfuso, que havia perdido força no clube após a formatação da S/A, e estava de volta.
Ao todo, 12 jogadores foram contratados para tentar mudar o panorama da equipe na Série B. Dos 12 reforços, apenas Jeferson, Raniele, Wallison Maia e Elicarlos foram, de fato, úteis para o time na competição. Judivan, Bady, Michel Douglas, Matheus Alessandro e Matheus Índio estão entre as grandes decepções e além de terem jogado muito pouco, quando entraram em campo, pouco fizeram.
O Botafogo entrou pela primeira vez na zona de rebaixamento na 11ª rodada após perder em casa para o CRB, com gol de Reginaldo, que foi um dos contratados do Pantera para o Paulistão. O Tricolor saiu na rodada seguinte, após vencer o Oeste.
Mais para frente o Tricolor entrou novamente na zona da degola e não saiu mais. Nas últimas rodadas – ainda restam duas a serem disputadas – o Botafogo até esboçou uma reação, goleou a Chapecoense, bateu o Sampaio e arrancou um empate com o América fora de casa. Porém, depois de perder para o CSA, o descenso foi sacramentado com os triunfos de Vitória e Náutico.
Erros repetidos e semelhança no desempenho. Com 8 vitórias, 10 empates e 18 derrotas, o Botafogo fez uma das piores campanhas da Série B e foi rebaixado com duas rodadas de antecedência.
Planejamento 2021
O rebaixamento deve trazer algumas mudanças importantes para o departamento de futebol do Botafogo. A principal delas é a chegada de um novo executivo de futebol.
A função, que já foi ocupada por Léo Franco, mas que desde o ano passado está vaga, depois que o então executivo foi realocado em outra função, deve ganhar um novo representante.
O plantel de jogadores também deve sofrer profundas mudanças. Como a maioria dos atletas está em fim de contrato, a tendência é que poucos permaneçam para a temporada 2021. As primeiras novidades devem começar a serem anunciadas ao término da Série B, na próxima sexta-feira (29).