Tribuna Ribeirão
Economia

Contas do FGTS – Saques podem ser limitados em R$ 500

JOSÉ CRUZ/AG.BR.

O governo estuda agora li­mitar os saques das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em R$ 500 neste ano. O valor máximo seria para contas ativas (dos contratos atuais) e inativas (de contratos inativos). Indepen­dentemente de quantas contas tiver, o trabalhador só poderia sacar no máximo esse valor para cada conta que tiver.

O limite foi discutido nesta segunda-feira, 22 de julho, em uma reunião no Ministério da Economia. O público-alvo da medida são 100 milhões de con­tas do fundo (um trabalhador pode ter mais de uma conta). A partir do ano que vem, a ideia é permitir que os trabalhadores tenham direito a uma nova mo­dalidade de retirada dos recur­sos: o “saque aniversário”.

Se escolher essa opção, o trabalhador vai ter que abrir mão de resgatar a totalidade do fundo caso seja demitido sem justa causa. Nessa situação, ele continuaria a sacar a parcela dos recursos anualmente até acabar. A ideia agora é ampliar as fai­xas do saque aniversário. Estão sendo estudadas faixas de limi­te e também um valor fixo. Por exemplo: quem tem até R$ 500, poderia sacar a metade. A partir daí, seria fixado um percentual mais um valor fixo. Para quem tem acima de R$ 20 mil, a opção estudada é limitar em 5% mais um valor fixo de R$ 2,9 mil.

Na quarta-feira passada, dia 17, o governo estudava liberar até 35% das contas ativas e ina­tivas do FGTS. O ministro da Economia, Paulo Guedes, con­firmou os percentuais e adian­tou que a liberação teria poten­cial de injetar R$ 42 bilhões na economia. Em seguida, o Minis­tério da Economia afirmou que refez os cálculos e que deveriam ser liberados R$ 30 bilhões.

O secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira (22) que a liberação de recursos terá um impacto “considerável” e “subs­tancial” na economia brasileira. O anúncio era para ser feito na semana passada, em meio à solenidade de 200 dias de go­verno Jair Bolsonaro (PSL), mas o setor da construção civil pressionou preocupado que a retirada dos recursos poderia reduzir o uso do FGTS como fonte para financiamentos para os setores imobiliário, de sane­amento básico e infraestrutura a juros mais baixos.

O presidente Bolsonaro dis­se que o anúncio deve ser feito nesta quarta-feira (24). O limi­te de R$ 500 para este ano seria uma forma de atender à cons­trução civil. Um dos principais apoiadores do setor é o minis­tro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. No Ministério da Economia, porém, há quem acredite que um valor tão bai­xo vai ter pouco efeito na ati­vidade econômica neste ano. Na Caixa Econômica Federal, por outro lado, há reclamações de que será preciso um grande esforço no atendimento – que deverá ser ampliado para os fi­nais de semana – sem nenhum tipo de retorno para o banco.

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