Em meio à pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu por 90 dias aplicação do reajuste da tarifa da CPFL Paulista, aprovado pela reguladora em 7 de abril e que, pelo cronograma original, deveria estar valendo desde o dia 8 do mesmo mês.
O diferimento havia sido solicitado pela própria concessionária, mas, a partir desta quarta-feira, 1º de julho, vai aplicar reajuste médio de 6,05% para os 309.817 consumidores de Ribeirão Preto e mais 4,2 milhões de clientes da CPFL Paulista espalhados em outras 233 cidades do estado de São Paulo.
A correção foi confirmada por meio nota enviada ao Tribuna pela assessoria de imprensa da concessionária. Para os consumidores residenciais e pequenos comércios, que também entram na faixa de baixa tensão, o aumento é de 5,17% – o impacto deve ser sentido nas próximas faturas. Para os clientes da alta tensão – indústrias, shopping centers e outros estabelecimentos de grande porte – o reajuste é de 6,72%.
Para o cálculo das tarifas, a Aneel considera a atualização de custos com a compra de energia (geração), com sistema de transmissão e com a distribuição da energia elétrica (única parte gerenciável pela CPFL Paulista), assim como com os encargos setoriais, conforme regras estabelecidas para o setor.
Neste ano, os principais fatores que levaram a esse resultado, foram o aumento dos custos não gerenciáveis pela distribuidora, tais como aumento do custo de geração de energia por conta da expressiva alta da taxa dólar e dos custos de transmissão por conta da incorporação de novas instalações no sistema integrado brasileiro.
No ano passado, a conta de luz em Ribeirão Preto subiu, em média, 8,66%. A Aneel autorizou, dentro do processo de revisão tarifária anual da CPFL Paulista, reajuste nas faturas da concessionária. Para os consumidores residenciais, a alta foi de 7,87%. Pequenos comércios, que também entram na faixa de baixa tensão, tiveram reajuste de 8,34%. Para os clientes da alta tensão o aumento foi de 9,30%.
As contas de luz terão bandeira verde até o final deste ano, segundo a Aneel. Com isso, não haverá taxa extra nas tarifas de energia por ao menos onze meses seguidos, desde fevereiro de 2020. Em janeiro, vigorou a bandeira amarela, com cobrança adicional de R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Em dezembro, a agência alterou a bandeira tarifária de vermelha patamar 1 para a amarela, com custo extra de R$ 1,343 para cada 100 kWh, contra os R$ 4,169 por kWh cobrados de taxa extra em novembro, quando vigorou a vermelha, que em seu segundo nível tem extra de R$ 6,243 a cada 100 kWh.
Os cortes no fornecimento de energia por falta de pagamento continuam suspensos até 31 de julho. Inicialmente, a interrupção do serviço fora proibida em 24 de março, por 90 dias, até 23 de junho. Segundo a Aneel, a prorrogação da medida foi uma solicitação dos secretários estaduais de energia.