O Consórcio PróUrbano – grupo concessionário do transporte coletivo em Ribeirão Preto, formado por Rápido D’Oeste (50%) e Transcorp (50%) – foi autuado 518 vezes nos meses de janeiro e fevereiro e até a última terça-feira, 15 de março, média de sete multas por dia.
As penalidades foram aplicadas pela Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp). O valor total das autuações chega a R$ 150 mil, consequência do descumprimento de vários serviços prestados pelo Consórcio PróUrbano.
Motivos
As multas foram aplicadas por vários motivos, como superlotação de veículos, descumprimento de horários, atrasos, desvio de itinerários das linhas de ônibus e falta de higienização. No ano passado todo foram 606 autuações por descumprimentos de itens do contrato de prestação do serviço.
Ao todo, as punições resultaram em multas no valor de R$ 150.079,06, o mesmo montante registrado em menos de três meses deste ano. As 518 autuações de 2022 já representam 85,5% do total de 2021. Entre os principais motivos de autuações estão o não cumprimento de horários e o excesso de tempo de parada nos pontos de ônibus.
Frota
Em Ribeirão Preto, o Consórcio PróUrbano tem uma frota com 354 ônibus e opera 117 linhas. Cerca de 700 motoristas estão ligados ao grupo, que ainda pode recorrer das multas aplicadas. A Transerp não informou se houve recurso por parte do concessionário.
Ouvidoria
Segundo dados da Ouvidoria da Empresa de trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto, no ano passado o Consórcio PróUrbano foi alvo de 2.704 queixas de usuários, média de sete reclamações por dia. No primeiro bimestre deste ano, entre janeiro e fevereiro, já são 665, média diária de onze e 24,6% do total de 2021.
Somente em janeiro, o 0800 da Transerp recebeu mais de 300 reclamações de usuários. A Transerp informa que promove ações de fiscalização e vistoria nos veículos e, quando o problema é detectado, o Consórcio PróUrbano é notificado, podendo ser multado.
Depois de ser notificado sobre as autuações, o consórcio tem 30 dias para recorrer. Dados da Transerp indicam que houve um aumento de 132,1% no volume de passageiros em cerca de quatro meses, de aproximadamente 56 mil por dia em junho para 130 mil atualmente. São 74 mil a mais.
Queda de passageira e embriaguez ao volante
Nesta semana, as imagens de uma senhora caindo de um micro-ônibus do sistema Leva-e-Traz – linhas complementares do transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto – viralizaram nas redes sociais. O acidente ocorreu por volta das 15 horas do dia 9 de março, no bairro Guaporé, Zona Sul da cidade. A região tem vários condomínios residenciais, onde trabalham muitas diaristas.
No dia do acidente, várias delas filmaram a situação precária do micro-ônibus do Leva-e-Traz. A porta por onde a mulher foi arremessada estava presa por um arame e havia ferrugem em vários pontos. Outra queixa das passageiras é a superlotação. Apesar das imagens, o Consórcio PróUrbano diz em nota que a culpa foi do motorista.
Culpa do motorista
O grupo concessionário do setor afirma que a queda da passageira foi uma falha humana. Em nota enviada ao Tribuna, o grupo lamenta o acidente e diz que providências estão sendo adotadas. “O motorista responsável pelo evento passará por reciclagem e novo treinamento. O PróUrbano está acompanhando de perto a situação da passageira, assumindo a responsabilidade por acidentes como este, ainda que absolutamente eventuais, não tornem a acontecer”, diz o texto.
As imagens mostram a queda de passageira quando o motorista fazia uma curva na avenida Heráclito Fontoura Sobral Pinto, no Guaporé. O acidente foi registrado por uma câmera de segurança de um dos condomínios fechados do bairro. O vídeo mostra que a porta dianteira se abre parcialmente na curva, próximo a um ponto de embarque e desembarque. A mulher sofreu ferimentos leves e foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).
Embriaguez
No primeiro dia do ano, um motorista do transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto foi preso em flagrante por dirigir embriagado e bater o veículo em um carro que estava estacionado na avenida Caramuru, no bairro Alto da Boa Vista, Zona Sul. A Polícia Militar foi acionada até o local e se deparou com o condutor, de 38 anos, sendo contido por populares, pois ele teria tentado fugir.
Os agentes realizaram buscas no interior do ônibus e localizaram, no assoalho, duas latas vazias de cerveja e outras três ainda cheias. Ao ser questionado, o homem não se manifestou, assim como se recusou a fazer o teste do bafômetro. O motorista foi encaminhado para o teste clínico no Instituto Médico Legal (IML), que comprovou a embriaguez.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como embriaguez ao volante e o autor liberado após pagamento de fiança de R$ 1,2 mil, determinada pelo delegado de plantão na Central de Polícia Judiciária (CPJ), Rodrigo Salvino Patto.
Por meio de nota, o Consórcio PróUrbano lamentou profundamente o ocorrido. “Não podemos compactuar com a conduta desse motorista, que já foi desligado da empresa. Comportamentos dessa natureza não podem ser tolerados”, completa.