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Consórcio aposta em reajuste da passagem de ônibus

ALFREDO RISK

Carlos Roberto Cherulli, diretor do Consórcio PróUr­bano, grupo concessionário do transporte coletivo urbano em Ribeirão Preto afirmou nesta segunda-feira, 30 de ju­lho, que o reajuste de 6,33% na tarifa de ônibus, de R$ 3,95 para R$ 4,20 – acréscimo de R$ 0,25 –, não tem nada de ir­regular e foi autorizado a par­tir de estudos técnicos.

Ele revela que o estudo de reequilíbrio do consórcio en­tregue para a administração municipal foi elaborado por uma das instituições mais respeitadas nacionalmente – a Fundação Instituto de Pesquisas Econô­micas (Fipe), tão reconhecida como a Fundação Ge­túlio Vargas (FGV). Segundo Cherulli, os técnicos aponta­ram que, com os problemas de custos adicionais estabelecidos no contrato de concessão, a passagem deveria ser reajusta­da para R$ 4,71, aumento de 19,24% e aporte de R$ 0,76.

Entre os custos adicionais citados pelo empresário estão, por exemplo, a manutenção e limpeza dos terminais e o ser­viço 0800 de informações aos usuários. “O contrato de con­cessão prevê que, após cinco anos de vigência, seja realiza­da uma revisão nas cláusulas contratuais. Para comprovar a necessidade de reequilí­brio financeiro da empresa, contratamos dois institutos renomados e com capacida­de técnica para elaborar este relatório”, afirma o diretor do PróUrbano.

Segundo ele, a forma como é calculado o reajuste do trans­porte coletivo é transparente e acessível a todos. ”Nosso ob­jetivo não é aumentar a pas­sagem sem critérios técnicos que justifiquem essa necessi­dade. Até porque, sabemos que quanto mais cara ela for (a ta­rifa) menos pessoas utilizarão este serviço”, completa.

Apesar de não ser parte ci­tada na ação imeptrada pelo partido Rede Sustentabilidade, que barrou o reajuste – a nova tarifa deveria estar valendo desde a zero hora de ontem –, e portanto, não ter sido notifica­do, o PróUrbano acredita que o juiz agiu corretamente ao sus­pender o aumento por não ter todas informações disponíveis sobre o assunto. “Ele agiu com cautela. Mas, quando tomar co­nhecimento de todos os dados, acreditamos que o reajuste será autorizado”, afirma Cherulli.

O empresário diz também que a suspensão do reajuste causou preocupação imediata, já que neste momento afeta o equilíbrio financeiro das em­presas. Contudo, ele tem cer­teza que após a Justiça analisar todos os dados o aumento será revisto. “Não temos nada a es­conder”, finaliza.

O reajuste da tarifa do transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto foi suspenso na tarde de sexta-feira, dia 27, de­pois que o juiz Gustavo Müller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazen­da Pública, acatou o pedido de liminar impetrado pelo Rede em mandado de segurança e barrou o aumento.

O decreto do prefeito Duar­te Nogueira Júnior (PSDB) que autorizava o reajuste foi publi­cado na edição de quinta-feira (26) do Diário Oficial do Mu­nicípio (DOM).

O juiz estipulou prazo de dez dias para que a prefeitu­ra e a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribei­rão Preto (Transerp) prestem informações e expliquem como é feito o cálculo que de­fine o valor da passagem de ônibus na cidade. Também impôs multa diária de R$ 100 mil em caso de descumpri­mento da ordem judicial.

A prefeitura e o Consórcio PróUrbano foram notificados da decisão judicial na tarde desta segunda-feira. Agora, a Secreta­ria Municipal de Negócios Jurí­dicos vai analisar quais medidas serão adotadas e a necessidade de entrar com recurso. O inusi­tado é que a notificação foi feita por um dos autores da ação, o vereador Marcos Papa (Rede), conforme determinação do juiz Gustavo Lorenzato.

O percentual definido está bem acima da inflação dos úl­timos doze meses, de julho do ano passado a junho de 2018, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE) – in­dexador usado no município para reajustar tributos como o Imposto Predial e Territorial Ur­bano (IPTU) e Imposto Sobre Serviços (ISS).

O INPC acumulado em doze meses está em 2,5%, igual ao reajuste salarial que os 9.988 servidores municipais e os cerca de 900 motoristas do Consórcio PróUrbano tiveram neste ano. Se o valor for manti­do futuramente, a passagem de ônibus em Ribeirão Preto vai custar R$ 0,20 a mais do que o valor cobrado na capital São Paulo, de R$ 4, ou 5% acima.

Entram no cálculo da tarifa o reajuste de motoristas e traba­lhadores da área administrati­va do setor (com data-base em maio), a inflação dos últimos doze meses, investimento em veículos novos, gastos com com­bustível (óleo diesel, que gerou a greve de dez dias dos caminho­neiros e teve o valor congelado pela Petrobras), peças e insumos e outros tópicos. O contrato de concessão prevê reajuste anual sempre no final de julho.

No ano passado, o valor da passagem de ônibus em Ri­beirão Preto subiu de R$ 3,80 para R$ 3,95, alta de 3,94% e aporte de R$ 0,15. O PróUr­bano – formado pelas empre­sas Rápido D`Oeste (40%), Transcorp (30%) e Turb (30%) – tem uma frota de 356 ôni­bus que operam 118 linhas e transportam cerca de 150 mil pessoas por dia – eram cerca de 165 mil em 2012, queda de 9,1% e 15 mil a menos.

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