O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) do Palmeiras quer que o presidente do clube, Mauricio Galiotte, tome atitudes sobre o acordo em vigor com a Crefisa para contratar jogadores. Em parecer encaminhado ao mandatário do clube, o órgão pede mudanças – entre elas, que a patrocinadora não coloque mais dinheiro em reforços e também um plano de metas para negociar quem chegou ao time com o aporte da empresa.
A reportagem teve acesso à cópia do relatório elaborado pelo COF sobre a relação do clube com a Crefisa e o comunicado com as sugestões de mudanças. O documento foi enviado em 26 de março ao presidente do Palmeiras e assinado pelo presidente do órgão, Carlos Afonso Della Monica.
O relatório de oito páginas foi encomendado pelo COF a um grupo de cinco conselheiros. O texto tem entre as principais sugestões não recorrer mais à Crefisa para contratar jogadores, além do pedido para o departamento de futebol criar um plano de metas pare vender quem foi trazido com a verba da empresa – nove jogadores do elenco atual chegaram assim.
A motivação para os questionamentos foi a alteração contratual revelada pelo Estado em janeiro. Os reforços bancados pela Crefisa deixaram de categorizados como compras de propriedades de marketing dos atletas para serem configurados como empréstimos.
A alteração foi firmada com aditivos contratuais em dezembro de 2017 e janeiro deste ano e foram elaborados para evitar novos problemas para a Crefisa. No ano passado a empresa foi multada em R$ 30 milhões pela Receita Federal, que considerou irregular o formato anterior para trazer reforços.
O relatório do COF sugere a Galiotte reavaliar o novo acordo por implicar ao clube devolver dinheiro à empresa uma quantia chamada de “vultuosa”. Se antes a Crefisa assumia o prejuízo caso o jogador contratado fosse revendido por um valor abaixo, agora o Palmeiras terá até dois anos depois da saída do atleta para devolver a diferença, com correção de valor pela CDI, de 0,5% ao mês.
Segundo estimativa de Galiotte, o Palmeiras terá de acertar com a patrocinadora cerca de R$ 120 milhões nos próximos anos como devolução nos investimentos em reforços. Procurado, o clube não se manifestou.
A proprietária da Crefisa e conselheira do Palmeiras, Leila Pereira, protocolou carta no COF com o pedido para ser chamada à reunião do órgão e prestar esclarecimentos sobre os aditivos contratuais.