O negócio formatado entre Botafogo Futebol Clube e o empresário Adalberto Baptista para a criação da Botafogo S/A ganhou um novo capítulo nesta semana. O Conselho Deliberativo do BFC convocou uma reunião extraordinária para tratar de uma possível transformação do negócio em SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
De acordo com membros ligados ao conselho, o ex-presidente do Botafogo, Osvaldo Festucci, assinou papéis que autorizaram a passagem de S/A para SAF já na reta final de seu mandato, o que, de acordo com o estatuto do clube, é proibido.
O encontro de conselheiros está marcado para o dia 21 de março, às 19h, na sala do Conselho Deliberativo, que fica localizada no Estádio Santa Cruz.
Ao Tribuna Ribeirão, Festucci limitou-se a dizer que vai falar sobre o assunto somente perante ao conselho.
“Este é um assunto que vou discutir somente no conselho. Assumo todas as minhas responsabilidades como gestor, mas tenho plena certeza que nada muda na vida do BFC, que era muito difícil e continua do mesmo jeito”, disse.
Já os membros do Conselho Deliberativo, através de Daniel Pitta Marques, disseram que estão analisando os documentos para levar o assunto à discussão na reunião do dia 21.
S/A x SAF
Em linhas gerais, ambos os modelos de negócio são bem parecidos, mas possuem algumas diferenças importantes. A principal delas é no que diz respeito à tributação.
A SAF tem uma tributação mais vantajosa que os outros tipos de regime, como a sociedade limitada ou anônima, por exemplo. Além disso, um outro benefício que podemos citar com a conversão em SAF é a centralização das dívidas cíveis e trabalhistas, configurando-se em uma alternativa viável para associações, sem fins lucrativos, que estavam em estado de insolvência.
Existe também a questão em relação à porcentagem a que um investidor pode ter de ações. No modelo anterior ao que o Botafogo estava integrado, o Pantera deveria ser sempre majoritário, com Adalberto Baptista, através da Trexx Holding, podendo ter no máximo 49% do negócio.
No modelo de SAF esses números podem ser diferentes, com um sozinho tendo a possibilidade de controlar até 90% da empresa. Entretanto, os termos e cláusulas do contrato entre Botafogo Futebol Clube e Trexx são mantidos em sigilo e esses pontos não são claros neste caso.