O Conselho Municipal de Saúde encaminhou ofício à prefeitura de Ribeirão Preto, à Câmara de Vereadores e ao Ministério Público Estadual (MPE) no qual defende a implantação de “lockdown” na cidade, com a proibição até de algumas atividades consideradas essenciais e o confinamento quase que total.
Segundo o presidente Nilton Gilmar Nessi, a decisão do conselho tem por base a evolução das mortes – são 144 até agora em Ribeirão Preto – e do avanço do coronavírus na cidade, que já infectou 4.746 pessoas. Os conselheiros também alertam para um colapso no sistema de saúde por causa da ocupação de leitos.
Nesta segunda-feira, 29 de junho, a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento de covid-19 no município – são 167 disponíveis – chegou a 98,2%, com 164 pessoas internadas. Na enfermaria, são 175 pacientes ocupando 68,1% das 257 vagas.
Os ofícios foram encaminhados para a Secretaria Municipal da Saúde e para o Comitê Técnico de Enfrentamento à Covid-19 de Ribeirão Preto, que reúne representantes de vários segmentos da sociedade civil – universidades, indústria, comércio etc.
“Inicialmente, tínhamos 121 leitos de UTI na cidade, passando para 167, e 148 na região, passando para 210. Mesmo com essa ampliação, os índices estão subindo. Por isso, temos que ter toda cautela para não deixar ninguém sem assistência, é um momento de tensão para que possamos abaixar os casos e não colocar em risco a vida de mais pessoas”, disse o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) em live ontem.
Após Ribeirão Preto voltar para o nível 1 (alerta máximo – faixa vermelha) do Plano São Paulo de retomada das atividades econômicas, no último dia 15 de junho, permitindo apenas o funcionamento dos serviços essenciais, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) e o Departamento de Fiscalização Geral, seguem fiscalizando e recebendo as denúncias irregularidades.
Desde o dia 15 de junho, a GCM realizou 512 atendimentos com orientações sobre o funcionamento, com 42 estabelecimentos vistoriados. Desde a publicação do decreto de calamidade pública, em 23 de março, a GCM fez 3.908 orientações e vistoriou 1.594 estabelecimentos.
Já a Fiscalização Geral realizou vistoria em 386 estabelecimentos que descumpriram o decreto, sendo 76 notificações, contabilizados desde o dia 15 de junho. Já são 2.152 estabelecimentos que o departamento visitou, com 13 lacrações, 131 notificações e cinco multas pelo Ministério Público, além de 50 eventos que deixaram de ser realizados em Ribeirão Preto.
Ao todo, o trabalho em conjunto da Fiscalização Geral e da CGM já realizou mais de seis mil orientações à população, com cerca de 3,7 mil estabelecimentos vistoriados, desde o dia 23 de março. Denúncias, esclarecimento de dúvidas e orientações podem ser realizadas pelo Serviço de Atendimento ao Munícipe (SAM), no telefone 156, ou diretamente para a GCM, pelo telefone 153.