O Conselho de Ética da Câmara de Ribeirão Preto notificou na quinta-feira, 31 de outubro, o vereador Rodrigo Simões (PDT) para que ele apresente defesa e conteste as denúncias e o pedido de cassação feito por uma servidora municipal que atua na área da saúde. Ela acusa o parlamentar de abuso de autoridade e calúnia. Reeleito em 2016 com 3.189 votos e que presidiu a Casa de Leis em 2001, o pedetista terá dez dias úteis para apresentar a defesa, que será analisada pelo relator deste caso no conselho, vereador André trindade (DEM). O democrata poderá optar pelo arquivamento ou pelo prosseguimento da denúncia, com a instalação de uma Comissão Processante (CP) que terá 90 dias para analisar o processo e emitir parecer. Essa hipótese é remota. Segundo o pedido da funcionária, Rodrigo Simões teria afirmado, por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, que ela não cumpria a carga horária de trabalho total na Unidade Básica de Saúde onde estava lotada, a UBS de Bonfim Paulista. Atualmente a servidora trabalha no Núcleo de Gestão Assistêncial (NGA), o popular “Posto da Rua Minas”, nos Campos Elíseos, na Zona Norte. As mensagens que a denunciante afirma serem do parlamentar foram anexadas ao pedido de cassação. No pedido de cassação ela afirma ainda que foi transferida da unidade onde prestava serviços por conta de pressão política. “Ressalto que, hoje, estou em tratamento médico, psicológico e psiquiátrico pela grave depressão a qual me encontro, devido a toda a pressão sofrida durante este processo nefasto, que afetou de sobremaneira minha vida pessoal, profissional, assim como a de minha família”. “Assim sendo, encaminho este requerimento, a fim de pedir a cassação de mandato do vereador Rodrigo Simões (PDT), por ato improbo e quebra de decoro parlamentar, ao fazer ilações e afirmações caluniosas, pela prática de difamação, injúria e ameaça, pelo manifesto abuso de poder e pela má-fé, pela exposição de uma servidora honrada e que jamais lesionou o serviço público, que tem reconhecimento público e que possui excelente avaliação e conduta, dignas da qualidade dos servidores públicos”, finaliza o texto. Na época, o vereador Rodrigo Simões informou ao Tribuna que “não conhece a servidora e que a única informação que tem é que ela não cumpria a carga horária”. Diz também que o marido da servidora é pré-candidato a vereador e está querendo “15 minutos de fama”. O Conselho de Ética é presidido por Maurício Vila Abranches (PTB) e tem como integrantes Fabiano Guimarães (DEM), Nelson Stefanelli, o “Nelson das Placas” (PDT), André Trindade (DEM), Waldyr Villela (PSD) e o próprio Rodrigo Simões (PDT), que não participa deste caso por questões óbvias.