Tribuna Ribeirão
Política

Conselho de Ética investigará dupla

Polêmica, denúncia e claque marcaram a primeira sessão de 2018, na volta do recesso par­lamentar, nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, na Câmara de Ribeirão Preto. Além das 21 comissões permanentes, os 27 vereadores também definiram a composição do Conselho de Éti­ca, que tem a responsabilidade de investigar denúncias contra os políticos da Casa de Leis.

Neste ano, o Conselho de Ética será presidido por Otoniel Lima (PRB) e terá como vice André Trindade (DEM), além de mais três integrantes: Mari­nho Sampaio (MDB), Maurício Vila Abranches (PTB) e Jorge Parada (PT). Logo após a defi­nição, o presidente garantiu que todas as denúncias envolvendo vereadores serão apuradas.

“Vamos analisar caso a caso, nada ficará sem ser devidamen­te apurado”. De acordo com o Regimento Interno da Câma­ra, o Conselho de Ética pode determinar punições que vão da advertência à suspensão ou cassação do mandato. Os cinco membros vão ter bastante traba­lho já neste início de ano.

Segundo a promessa do pre­sidente do Legislativo, Igor Oli­veira (MDB), todas as denúncias envolvendo vereadores serão apuradas. Os dois do Partido da República (PR) estão na mira do Conselho de Ética e podem responder a Comissão Proces­sante (CP): Adauto Marmita e Isaac Antunes – podem ter os mandatos cassados e perder os direitos políticos por oito anos.

A primeira denúncia ocorreu na virada de 2017 para 2018 e as­socia o nome de Adauto Marmi­ta, residente e com base eleitoral no Parque Ribeirão Preto, na Zona Oeste a dois eventos que terminaram em confrontos com a Polícia Militar. Na véspera do Natal e no réveillon, dois bailes funk, os populares “pancadões”, foram realizado sem autoriza­ção da prefeitura e da Empresa de Trânsito e Transporte Urba­no (Transerp) para a interdição de vias públicas.

Mesmo após os organizado­res terem apreendido três gela­deiras lotadas de cervejas e refri­gerantes e um veículo, populares tentaram promover os bailes, e a PM interveio, entrando em con­fronto com moradores. Adauto Marmita, chamado pelos orga­nizadores para tentar evitar a apreensão das bebidas, esteve no local e exibiu aos policiais milita­res as notas fiscais de aquisição dos produtos. Mesmo assim, as geladeiras foram apreendidas.

O republicano, porém, afir­ma que só esteve no local pela sua condição de vereador, de represen­tante do povo, e nega qualquer re­lação com os bailes funk proibidos. Veículos roubados e drogas foram apreendidos. Menores foram fla­grados consumindo bebida alco­ólica. O parlamentar nega ser o organizador da festa.

A segunda denúncia envolve Isaac Antunes, que teve seu nome associado a um esquema de frau­des judiciais investigado pela Ope­ração Têmis, do Ministério Pú­blico Estadual (MPE) e da Polícia Civil. Associações e escritórios de advocacia teriam usado indevida­mente o nome de pessoas com res­trições de crédito para entrar com mais de 53,3 mil ações judiciais dos planos Collor, Verão e Bres­ser. O valor da suposta fraude estimado pelo promotor Aroldo Costa Filho é de R$ 100 milhões.

Ele pediu à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público Eleitoral (MPE) que apurem suposto crime por parte de Antunes na campa­nha de 2016, quando o vereador visitou bairros da periferia e, se­gundo o promotor, teria prome­tido às pessoas que “limparia” os nomes delas em troca de votos. O parlamentar nega e diz que o MPE está “equivocado”.

Segundo o MPE, documen­tos assinados por populares nessa campanha foram parar nas mãos de advogados acusados de ingres­sar com ações judiciais para re­cuperação de expurgos de planos econômicos sem o consentimento dos titulares dos créditos. Antunes nega as irregularidades.

Claque – Cerca de 40 pessoas estiveram no plenário da Cãma­rea ontem para defender Isaac Antunes. Com cartazes, fizeram bastante barulho na sessão des­ta quinta-feira. Cada vez que o vereador era citado, a claque gri­tava seu nome. Alguns dos car­tazes faziam críticas a veículos de comunicação que vem divul­gando as investigações da polícia e do Ministério Público sobre o suposto envolvimento do parla­mentar com advogados presos na Operação Têmis, que tam­bém negam a prática de crimes.

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