O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) enviou ofícios na quarta-feira, 27 de janeiro, a órgãos como o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor e a Presidência da República, para notificação e aviso da paralisação dos caminhoneiros autônomos, empregados e cooperados.
A interrupção das atividades está programada para a segunda-feira, 1º de fevereiro, e por prazo indeterminado. Entre as reivindicações, estão a defesa da aplicação das políticas públicas do piso mínimo de frete e da exigência do Código Identificador da Operação de Transporte (Ciot) para todose o abandono da política de preço de paridade de importação aplicada pela Petrobras.
Na terça-feira (26), a estatal reajustou o preço médio do diesel nas refinarias em 4,4%. A pauta também pede um termo de compromisso de fiscalização mais atuante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na defesa dos direitos, garantias do transportador rodoviário de cargas e a discussão pública do projeto conhecido como BR do Mar com ampla participação dos caminhoneiros.
No ofício, os motoristas garantem que 30% dos trabalhadores serão mantidos em atividade e autorizados a carregar, transitar e/ou descarregar. Entre as cargas que receberão atenção especial, estão cargas vivas, perecíveis, combustível para instituições públicas, cargas destinadas às forças de segurança, medicamentos e insumos médicos e/ou hospitalares, entre outras.
O CNTRC informa, no documento, congregar 26 entidades, entre sindicatos, associações e cooperativas, representativas dos transportadores rodoviários de cargas, congregando 40 mil caminhoneiros. O governo acompanha o assunto de perto.
Na quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo aos caminhoneiros para que desistam da paralisação. Ele confirmou a intenção do governo de reduzir tributos sobre o diesel para aliviar a pressão do reajuste do combustível sobre o bolso dos caminhoneiros, mas ressaltou que “não é uma conta fácil de ser feita”.
Cada centavo de redução no Programa de Integração Social (PIS) e na Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre o diesel teria impacto de R$ 800 milhões nos cofres públicos. Bolsonaro esteve com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na sede da pasta.
Em maio de 2018, a greve durou onze dias, provocando uma crise de abastecimento no país e com fortes impactos sobre o crescimento da economia. O Ministério da Fazenda calculou em R$ 15,9 bilhões o prejuízo à economia provocado pela paralisação.