A Conmebol abriu procedimento disciplinar para investigar possível irregularidade na escalação do volante uruguaio Carlos Sánchez, do Santos, na partida contra o Independiente, na noite desta terça, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores.
O time argentino alega que o jogador uruguaio não poderia ter entrado em campo nesta terça por estar suspenso. A punição se devia à expulsão sofrida em novembro de 2015, quando ainda defendia o River Plate na semifinal da Copa Sul-Americana daquele ano, contra o Huracán.
Como Sánchez não entrou mais em campo por competições organizadas pela Conmebol desde então, ele teria que cumprir a suspensão nesta terça. O Santos, contudo, argumenta que o jogador foi beneficiado pela “anistia” que a entidade aplicou em 2016, no ano de seu centenário.
“O atleta Carlos Sánchez foi anistiado quando do Centenário da Conmebol, motivo pelo qual se encontra apto a realizar partidas pela Libertadores”, informou o clube, em comunicado divulgado na manhã desta quarta. Na terça, Sánchez começou como titular, mas foi substituído no segundo tempo por Bryan Ruiz.
Segundo o Regulamento Disciplinar da Conmebol, as infrações cometidas durante um jogo prescrevem num prazo de dois anos. A data de início de cálculo para avaliar a possível prescrição de uma punição tem como referência o dia da infração, no caso de Sánchez, trata-se do dia do jogo em que foi expulso em novembro de 2015. De acordo com a entidade, no mesmo regulamento, só não prescrevem as infrações “de suborno e corrupção”.
Apesar disso, a Conmebol decidiu abrir o procedimento disciplinar para investigar possíveis infrações do clube brasileiro nos artigos 7.2 (escalar jogador não elegível para disputar a partida e cumprir as decisões diretivas ou ordens de órgãos disciplinares) e 19 (determinação de resultado de um jogo por responsabilidade ou negligência de uma das equipes).
Peres nega erro
O presidente do Santos, José Carlos Peres, se manifestou nesta quarta-feira sob o imbróglio jurídico envolvendo a utilização de Carlos Sánchez no confronto de ida das oitavas de final da Copa Libertadores contra o Independiente, disputado na noite de terça, em Avellaneda. O dirigente negou que o clube tenha errado, sob a alegação de que o sistema online da Conmebol indicava que o jogador estava em condições legais.
Em 2015, pelas semifinais da Copa Sul-Americana, Sánchez foi expulso durante partida contra o Huracán por agredir um gandula, sendo depois suspenso por três jogos. No ano seguinte, a Conmebol, em comemoração ao seu centenário, impôs anistia a punições, reduzindo a pena do meio-campista uruguaio para um jogo.
Ao fim de 2015, porém, Sánchez havia se transferido ao mexicano Monterrey, acertando o seu retorno ao futebol sul-americano após a disputa da Copa do Mundo da Rússia, para o Santos. Diante disso, o Independiente avalia que Sánchez estava irregular no confronto de terça-feira.