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Conhecido como ‘livreiro do Alemão’, Otávio Júnior lança duas obras infantis

Por Maria Fernanda Rodrigues

Otávio Júnior tinha 8 ou 9 anos quando saiu de casa para encontrar os amigos no campinho para uma partida de futebol. No meio do caminho, tinha um lixão. E no lixão tinha um livro que mudou a vida do garoto.

Não havia exatamente nenhuma mensagem transformadora naquele Don Gatón que alguém jogou fora e Otávio encontrou e levou para casa “Mas, se não fosse esse encontro, não sei como seria a minha trajetória. Descobri a grande paixão da minha vida ali”, conta Otávio, hoje com 36 anos, e que naquele momento passou a frequentar a pequena sala de leitura da escola, depois as bibliotecas do bairro e as da cidade. Foi quando veio a vontade de ser escritor, e, ao contar isso para os amigos, foi ridicularizado. Ali, percebeu que havia algo a ser feito antes de escrever livros.

Otávio deixou o sonho descansando e criou o projeto Ler é 10 – Leia Favela. A ideia era aproximar a literatura dos moradores, formar leitores (até para ter com quem conversar sobre os livros que lia) e para provar que é possível realizar sonhos – e essa tem sido sua grande mensagem. 

“Eu sou um grande sonhador. Acho que o ápice do ser humano é ter seus sonhos realizados e, por causa da literatura eu estou tendo esse grande privilégio de realizar um sonho. É sobre isso que vou falar para as crianças quando eu for apresentar meus livros novos: que é possível sonhar e lutar pelos sonhos. O meu está aqui materializado”, diz, apontando para Da Minha Janela, seu novo livro infantil que está sendo lançado agora pela Companhia das Letrinhas e que ele estava vendo pronto pela primeira vez. O outro lançamento, O Grande Circo Favela, estava no prelo da Estrela quando o escritor conversou com o Estado e vai ser lançado na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, entre os dias 30 de agosto e 8 de setembro.

Por causa de seus projetos de mediação de leitura e formação de leitores, Otávio Júnior ficou conhecido como o ‘livreiro do Alemão’, embora tenha nascido e viva até hoje na Penha, no Rio de Janeiro. Sua trajetória é contada em O Livreiro do Alemão, publicado em 2011 pela Panda Books e que deve virar filme. De 2011 para cá, há outras histórias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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