Por Felipe Rosa Mendes
Após encerrar sua carreira de piloto da Fórmula 1, Felipe Massa poderá iniciar uma trajetória de dirigente esportivo. O brasileiro foi indicado pela Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) para representar o país no Conselho Mundial de Automobilismo da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Massa foi indicado pelo presidente da CBA, Waldner Bernardo. Antes da indicação, O piloto da Williams foi contactado pelo dirigente e aceitou o convite. Para integrar a entidade, Massa precisará ser eleito na votação marcada para o dia 6 de dezembro, quando o presidente Jean Todt será confirmado no cargo para seu terceiro mandato.
Todt é candidato único para a presidência. Mas o Conselho deve passar por renovação. Com história de 16 temporadas na Fórmula 1, principal categoria de automobilismo do mundo, o piloto brasileiro tem grandes chances de ser eleito.
Com este histórico na F-1, o vice-campeão de 2008 tem a seu favor a proximidade com o presidente da FIA. Todt foi chefe de Massa na Ferrari, onde trabalharam juntos por quatro anos. Além disso, o filho de Jean, Nicolas Todt, é o empresário do brasileiro há anos.
A indicação de Waldner Bernardo, mais conhecido como Dadai, é incomum. Trata-se da primeira vez na história da CBA em que o presidente abre mão deste cargo para indicar outra pessoa. O documento com a indicação de Massa já foi enviado à entidade mundial, segundo confirmaram ao Estado fontes ligadas à CBA.
Contando atualmente com oito integrantes, o Conselho Mundial “tem responsabilidade por todos os aspectos do automobilismo internacional”, segundo definição da FIA. A entidade aprova ou reprova decisões e ações da FIA quanto a regras, regulamentos de campeonatos e desenvolvimento do automobilismo do kart à Fórmula 1, em quatro reuniões anuais.
Na prática, o brasileiro vai participar de todas as votações e decisões da FIA, do calendário das competições até questões de segurança. Também será um representante dos pilotos para levar ao Conselho ideias, projetos, pedidos e sugestões dos colegas.
Se eleito, Massa vai fortalecer politicamente o automobilismo brasileiro junto à FIA, justamente num momento em que o País deixará de ter representantes na Fórmula 1, a partir de 2018.
O brasileiro vai se despedir da categoria no dia 26 deste mês, ao disputar sua última corrida da temporada da F-1. No fim de semana passado, ele se despediu do Autódromo de Interlagos como piloto da categoria. Foi sua segunda despedida porque no ano passado ele deixaria a Williams. Acabou adiando a aposentadoria na F-1 porque a equipe britânica precisava de um substituto para o finlandês Valtteri Bottas, que se transferira para a Mercedes de forma inesperada.
Caso seja eleito para o Conselho Mundial, Massa deve dividir suas atenções entre a atuação na entidade e a função de piloto. Ele ainda não definiu o seu futuro, mas garantiu que seguirá nas pistas. Sua prioridade é competir na Fórmula E, categoria de carros elétricos que é justamente organizada pela FIA.