A apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) em Ribeirão Preto, marcada para a próxima quinta-feira, 26 de março, no Theatro Pedro II, foi adiada por causa da pandemia de coronavírus e ainda não tem nova data definida. O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) pretendia promover o concerto para valorizar ainda mais a temporada 2020, especialmente preparada pela prefeitura e pela Fundação Dom Pedro II para comemorar os 90 anos de fundação do teatro, inaugurado em 8 de outubro de 1930.
Assim como a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (Osrp), em 2020 a Osesp vai homenagear os 250 anos de nascimento de Ludwig van Beethoven (1770-1827). “De corações – ainda uma vez! – aos corações”, escreveu Beethoven no manuscrito do Kyrie que abre sua “Missa Solemnis em ré maior” (1823). A obra cumprirá sua vocação mais uma vez nos concertos que serão realizados este ano pela Osesp. A temporada começou em 5 de março, mas teve de ser suspensa por causa da covid-19.
A Osesp tem como sua “casa” a Sala São Paulo, onde pretende celebrar os 250 anos do gênio de Bonn, Alemanha. Thierry Fischer é o novo diretor musical e regente titular da orquestra. Na estreia, no dia 5, o maestro dividiu o palco com a orquestra, Coro da Osesp, Coro Acadêmico da Osesp e os solistas Susanne Bernhard (soprano), Kismara Pezzati (mezzo soprano), Atalla Ayan (tenor), Michael Nagy (barítono).
A “Missa Solemnis” é tida, por consenso, como uma das maiores – para alguns, a maior – de todas as obras de Beethoven. Combinando harmonias arrojadas com uma recriação muito própria da polifonia antiga, a Missa é um exemplo consumado da fase tardia do compositor. Seu impacto afetivo soa único, também.
Sem falar na dimensão humanista e filosófica: ali, “o Homem, não Deus, está no centro da obra”, como escreveu Jorge de Almeida em seu ensaio para a Revista Osesp 2020. O concertode hoje será transmitido ao vivo pela internet, a partir das 20h15, por meio das plataformas digitais da Osesp – Facebook e YouTube – e também no canal Arte 1.