O ex-deputado Eduardo Cunha negou ter recebido dinheiro do empresário Joesley Batista para não fazer delação e afirmou que a suposta compra do seu silêncio foi ‘forjada para derrubar o mandato do presidente Michel Temer’.
A declaração de Cunha foi em resposta a uma pergunta do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal em Brasília, no âmbito dos interrogatórios da ação penal derivada da Operação Sépsis.
“Deram uma forjada e Joesley foi cúmplice e agora está pagando o preço por isso”, afirmou Cunha.
A suposta compra do silêncio de Cunha apareceu pela primeira vez após divulgação do áudio da conversa gravada entre Temer e Joesley no Palácio do Jaburu, ocorrida na noite de 7 de março.
Em seu acordo de colaboração, Joesley Batista disse ter efetuado pagamentos para Cunha e seu operador, Lúcio Bolonha Funaro, com o objetivo de manter os dois em silêncio na prisão.
A informação embasou a abertura de investigação e posterior oferecimento de denúncia contra Temer pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot. A acusação de Janot foi barrada pela Câmara.
Ainda em seu depoimento, Eduardo Cunha afirmou ter participado de um encontro entre Joesley e Michel, em 2012.
A revelação de Cunha sobre a reunião foi no momento em que o juiz Vallisney de Souza elencava perguntas sobre possíveis irregularidades no aporte do FI-FGTS na empresa Eldorado Celulose, do grupo J&F.