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Como se vingar do sistema de opressão

Os entraves que a politicanalha brasileira coloca no caminho da educação básica são seculares. A segregação contra os mais pobres sempre foi a principal bandeira de uma elite carcomida pelo tempo.Mesmo diante deste quadro de desilusões existem projetos pedagógicos que fogem da velha sina, mas são poucos e ignorados por gestores e docentes.

Vivemos uma gangorra de esperanças e desesperanças, sempre esperando novos caminhos, mas não querendo mudar as rotinas. Os projetos governamentais que são propalados aos quatro ventos não apresentam os resultados práticos. Falam em coisas novas, mas usam os mesmos velhos remédios que não fazem mais efeito. A educação em tempo integral que o governo de São Paulo começou a implantar na rede estadual é mais um engodo.

Usando o sofisma e o dom de iludir, nos quais essa canalhada tem expertise, anunciaram marotamente, e sem nenhuma discussão com os principais atores da educação, as mudanças planejada por gente no seu ambiente climatizado, cuja maioria não entende nada de educação básica, pois nunca passaram na porta de uma escola pública básica – planejaram e começaram a implantar a tão sonhada escola de tempo integral, que a maioria dos país vinha solicitando há algum tempo, mas esqueceram de que estamos no século 21, e uma escola do século 19 não cabe mais – ai o bicho começou a pegar.

No ano passado para implantar essas escolas de tempo integral fecharam salas de aula em diversas escolas da rede aqui em Ribeirão Preto, mas aquilo que parecia a panaceia, que curaria todos os males começou a desandar. Acontece que as crianças e jovens aprendem por interesse, mas os doutos gênios acharam que criar uma escola reproduzindo em horário ampliado o mesmo modelo que a meninada não suporta mais. Não deu outra, a tão propalada escola de tempo integral começou a morrer no nascedouro.

Neste começo de ano os alunos estão abandonando a escola dos “sonhos”, e voltando para as escolas de meio período, que vão ter que abrir as salas que fecharam indevidamente, e é por estas e outras estão sempre repetindo os erros.

Mudar o País pelo caminho da educação é possível, e é viável. Já temos as legislações que precisamos para virar o jogo, vícios podem, e devem ser superados. Ficar pensando que a fatalidade é um processo intransponível, e que estamos marcados pelo destino não cabe mais. Um novo horizonte pode ser vislumbrado se tivermos uma educação básica pública de qualidade para todos.

A revolução na educação é possível, basta que os professores comecem a quebrar os velhos paradigmas que os prendem a essa educação doutrinadora, e trazer uma educação libertadora, que forme o cidadão. Se rebelar contra o ensino bancário proporcionado por apostilas e livros didáticos que nada dizem as nossas crianças e jovens. Excluir da vida escolar o confinamento de alunos, trazer para os debates temas que possam ajudar na construção da cidadania, construir com toda a comunidade escolar e com a comunidade do entorno da escola o Projeto Político Pedagógico, que na maioria das escolas é só para constar como documento, que é um modelo padrão para mostrar aos visitantes.

O atual modelo de educação básica na maioria das escolas públicas está condenando as nossas crianças e adolescente ao serviço militar obrigatório de doze anos. A formação da cidadania acontece na educação básica, dentro de um processo democrático, em que todos aprendam o significado da palavra Democracia, pois quando a criança aprende nesta fase – leva para o resto da vida.

Criar um ambiente harmônico e lúdico, permitindo que os alunos tenham autonomia no seu aprendizado, que discutam e achem soluções conjuntas para os problemas da escola. Discutir os problemas ambientais, como o cuidado com a água, e a reciclagem de resíduos sólidos no ambiente escolar e na comunidade – e apontar soluções políticas para os mesmos – aprender como funciona o processo eleitoral brasileiro, e como cada poder é gerido, e como poderia ser – discutir os problemas das comunidades e encontrar soluções, saber seus direitos e seus deveres – realmente formar um cidadão, que em pouco tempo vai saber como votar e deixar de ser massa de manobra. Formar cidadãos – essa será a vingança contra essa canalhada!

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