Em todo o país, os males da crise chegaram aos clubes, o espetáculo foi interrompido e problemas começam a surgir
Com a paralisação dos Campeonatos em virtude do coronavírus, o torcedor procura se contentar com reprises e não pode mais ver jogos do Flamengo ao vivo. Porém, com o cenário de incerteza, os clubes já tentam se preparar um plano para lidar com impactos econômicos.
Desde 1918, com a chegada da Gripe Espanhola no Brasil, nenhum campeonato fora paralisado em virtude de uma crise de saúde global. O ano de 2020 com certeza ficará marcado para a eternidade.
Com a surpreendente expansão do vírus, os clubes não tiveram como se preparar. Agora, as ações tem sido direcionadas para remediar certos problemas. Ainda não se sabe até quando a crise vai perdurar também não há como formular um plano concreto de combate aos males com o problema ainda presente no cotidiano.
Em um primeiro momento, o Flamengo suspendeu os treinos por dez dias e com o avanço do Covid-19 na cidade e ações do governo local, o clube optou pela paralisação por tempo indeterminado.
Nenhum jogador está infectado com a doença e resta aos fãs acompanhar seus treinos caseiros pelas redes sociais. O técnico Jorge Jesus, que chegou a testar positivo em um teste, está bem de saúde e foi passar a quarentena com a família em Portugal.
A indústria do esporte foi duramente abalada pelo surto do coronavírus. Na América do Sul e na Europa, o futebol profissional e amador foram paralisados. Eurocopa e Copa América foram adiadas para 2021 — o que pode acontecer também com as Olimpíadas.
Além disso, diversas modalidades foram atingidas dada a gravidade da situação. A principal liga de basquete do mundo, a NBA, e a Fórmula 1 são algumas das competições paralisadas.
De acordo com dados da consultoria de marketing esportivo Sports Value, a indústria do esporte movimenta um total de 750 bilhões de dólares por ano. Um terço é do próprio esporte e o resto é fruto do varejo e da indústria — que são movidas pelas competições.
No Brasil, de acordo com a mesma consultoria, a receita é de R$ 6,5 bilhões e 90% do total está concentrado nos 20 maiores clubes. Desta soma, uma grande parte é de verba de patrocínio e direitos de televisão.
O primeiro impacto é referente ao público, sem torcida pagando ingresso os clubes ou consumindo objetos oficiais, temem ainda pela desistência de planos de sócio torcedor. Os patrocinadores também perdem, até mesmo um jogo a portões fechados diminui a visibilidade das marcas.
Na sequência, a janela de transferências deve ser adiada, assim como a premiação de campeonatos diversos — ambos fruto de renda para os clubes.
A alta do dólar não é de todo mal. Mesmo que o Flamengo gaste cerca de 400 mil euros por mês com a comissão técnica de Jorge Jesus, a variação da moeda tem seu lado positivo. Algumas premiações — como a Copa Libertadores — são na moeda norte americana.
Situação similar ocorre com as transferências de jogadores para o mercado estrangeiro.
A previsão inicial de retorno do Campeonato Brasileiro é em maio, até lá fica difícil prever os danos e os pontos positivos dos últimos acontecimentos pois o prazo pode ser estendido.