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Como lidar com o isolamento social

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O Ministério da Saúde regulamentou os critérios de isolamento e quarentena que deverão ser aplicados pelas autoridades de saúde para pacientes com suspeita ou confirmação de infecção por coronavírus (covid-19) no Brasil.

As regras entraram em vigor no dia 12 de março e a medida, que tem como ob­jetivo evitar a dispersão do vírus pelo país, faz parte das ações para enfrentamento da Emergência em Saúde Públi­ca de Importância Interna­cional (ESPII) decorrentes do coronavírus.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o isola­mento é um ato de civilidade para proteção das outras pes­soas. Já a quarentena é uma medida restritiva para o trân­sito de pessoas, que busca di­minuir a velocidade de trans­missão do vírus no Brasil.

O indivíduo não está preparado para se privar, a não ser que ele esteja controlando a situação

Por conta deste novo ce­nário imposto para a popu­lação mundial, será preciso apreender a lidar com a re­clusão e, também, a como manter o mental e o psicoló­gico estável diante da situa­ção que enfrentamos.

Para que isso seja feito com sucesso, o psicólogo e professor do curso de Psico­logia do Centro Universitário Barão de Mauá, Felipe Are­co, acredita ser importante diferenciar a permanência em casa por lazer – ou esco­lha própria –, de quando esta mesma é imposta.

“Escolher ficar em casa para um descanso quando te­mos uma semana de trabalho intensa, por exemplo, é bem diferente de ter que ficar em casa obrigatoriamente, por um alarme perigoso, como no caso desta pandemia. O que muitos tem feito nesse momento é ter que existir ao modo de um isolamen­to social, que é sério e deve ser seguido rigorosamente. Esse rigor muitas vezes pode não ser respeitado. E é aí que mora o perigo. O não conse­guir lidar pode estar ligado ao tipo de rotina que o in­divíduo tem e isso deve ser revisto com cautela para que exista uma reorganização de tarefas e afazeres”, informou.

Essa privação, que para al­gumas pessoas é tirada de le­tra, pode ser um grande obs­táculo para outras. Segundo o psicólogo, esse empecilho pode causa inúmeras mudan­ças. Além disso, ele ressalta que sintomas relacionados a tristeza são os mais comuns entre todos nós nesse mo­mento.

Felipe Areco: importante diferenciar a permanência em casa por lazer, de quando esta mesma é imposta

“Estamos vivenciando um momento de luto coletivo, e isso para mim tem sido cla­ro. Esse luto está relacionado ao que perdemos, como, por exemplo, a liberdade e a au­tonomia. E, por isso, nossos sentimentos ficam aflorados quando assistimos várias pessoas no mundo todo mor­rerem e nos sentimos impo­tentes por não ter o que fazer. Todas as mudanças de com­portamento em nós são gran­des influenciadores para a di­ficuldade de enfrentamento desse momento. O indivíduo não está preparado para se privar, a não ser que ele es­teja controlando a situação”, declarou.

Dito isso, Areco salienta a importância de tentar ao máximo manter uma roti­na readaptada e dá dicas de como essa prática por ser realizada.

“Atividade física dentro das possibilidades, uma apre­ciação à leitura, reinventar se for preciso sua rotina, conhe­cer melhor a sua casa, colocar em prática um projeto que poderia estar muito distante da sua realidade, entre ou­tros. Assim, você terá condi­ções nesse grande exercício desafiador da vida em ressig­nificar tudo a sua volta, ou seja, dar um novo significado ao seu existir”, finalizou.

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