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Como entrar em 2021? (E nele se manter!)

Como todos os anos, 2020 chegou repleto de boas inten­ções, com os melhores votos de muitas festas, ótimos salários e plenas realizações – tudo que se traduz em alegrias. Basta­ram os primeiros quarenta e um dias para cairmos na mais assustadora realidade. Nada seria como imaginado. Aquele mundo já teria acabado nas cinzas do carnaval. E ali, anteci­padamente, terminava o glorioso e sonhado ano de 2020.

Começava a triste e inesperada realidade do verdadeiro 2020, que impôs nos recolhermos em nossas casas, isolados, ameaçados por uma doença que viria abalar o planeta. Está­vamos no ano que parava a economia, reduzia salários, de­sempregava os detentores da melhor mão de obra, aumentava a fome e nos colocava frente a frente com a maior tragédia dos tempos pós 2ª Guerra Mundial: um novo extermínio de pessoas por toda parte. Atingimos duzentas mil e milhões de doentes infectados, só no Brasil.

Com tanta surpresa, dor e sofrimento perdemos parentes, amigos, colegas de trabalho, inteligências imprescindíveis para as soluções do futuro que buscamos: partiram sem que deles pudéssemos despedir. Nos hospitais entraram para se tratar e nunca mais foram vistos. Seus corpos devolvidos às famílias em urnas lacradas, velados à distância e sepultados em prazo improrrogável de duas horas, muitos em valas cole­tivas, como a TV mostrou. Além dos que foram estocados em caminhões frigoríficos por falta de espaço nos mais nume­rosos cemitérios do mundo (europeus, inclusive). Assim vivíamos o 2020, ano que veio para nos colocar em estado de choque e desafiar nossos princípios de educação.

Se sofremos, aprendemos. A solidariedade estava em falta. Era preciso redescobrir o sentimento pelo próximo. Nos doamos, confeccionando máscaras e fornecendo alimen­tos, porque o Estado brasileiro não fazia o necessário. Nos deparamos com governantes insensatos, insensíveis, oriundos de outros mundos, pouco afeitos à tragédia e à relação de participação que deles se exigia; minimizaram a pandemia, negaram a ciência e desqualificaram os cientistas: nos decep­cionaram! Os nossos adversários são daqui mesmo: foram eleitos por nós e se portam sem compromisso com a nossa sorte, nem garantindo vacina para todos – surge uma nova tragédia, doméstica.

Queremos que o 2020 vá – temos pressa! E não volte. Certamente, sempre será lembrado: pelos que nos deixam saudade e pelos que faltaram com o dever do respeito aos seus semelhantes. Lamentável!

Apesar de tudo que nos trouxe de ruim, 2020 nos deixará o aprendizado da disposição de lutar, ser solidário e sem ego­ísmo. A captura desse ensinamento depende só de nós e mais ninguém. Abra já o seu coração! Seja gente!

O ano de 2021 chegará sob a esperança de mais vida, que é tudo que um povo civilizado deve perseguir, com saúde e educação. E que o poeta tenha razão: “…tudo pas­sa, tudo passará”!
Desejamos a todos um Feliz Ano Novo. Faça por merecer! Não é difícil, acredite.

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