A leitura de histórias e contos de ficção pode estimular adultos e crianças a entenderem o seu próximo ou, ainda, a se colocarem no lugar dele. A descoberta foi feita recentemente por pesquisadores da Escola de Pesquisas Sociais, de Nova York. Essa habilidade, que seria denominada de empatia, possibilita e facilita as relações sociais para melhor compreender situações e ações do cotidiano.
Segundo relatos dos pesquisadores, durante os experimentos de leitura, a ficção literária foi a que mais estimulou o cérebro dos participantes. E pelos resultados positivos, ela se tornou uma das práticas recomendadas por Juliana Christina Rezende de Souza, coordenadora pedagógica do Colégio Marista Champagnat, de Ribeirão Preto.
Ela sugere que ler para os filhos, além de fortalecer a relação, permite que tanto adultos como crianças vivenciem situações inéditas. “Ao se colocar no lugar dos personagens é possível analisar a maneira como cada um reagiu a determinada situação, opinar sobre as atitudes positivas e questionar o que poderia fazer de diferente”, explica.
A coordenadora avalia também que o papel da família é fundamental no quesito empatia, por ser o primeiro vínculo social da criança. Depois, na escola, surgem outros desafios e é preciso que o aluno esteja equipado emocionalmente para poder lidar com as diferenças e estabelecer relações positivas e saudáveis.
“Estimular a empatia é um trabalho de todos. Tanto em casa como na escola é preciso ensinar pelo exemplo e mostrar que nem sempre todos concordam ou têm a mesma opinião sobre os assuntos, mas que com compreensão é possível chegar a um caminho do meio”, analisa Juliana.
Dicas para ensinar e reforçar a habilidade da empatia
O dia a dia das famílias é cada vez mais agitado e acelerado, então é importante estabelecer um tempo para conversar com as crianças. Falar sobre situações do trabalho e da vida adulta mostra que os pais também têm dificuldades, tanto quanto os filhos, e o diálogo ajuda a superar essas questões. A hora do café da manhã ou após o almoço, por exemplo, podem ser bons momentos para criar essa rotina.
Lembre-se de estar totalmente presente nesses momentos. Dividir a atenção com o celular, tablet ou televisão mostra que você está apenas parcialmente presente e isso é um péssimo exemplo de empatia.
Em situações de conflito, não basta apenas pedir desculpas da boca para fora. Estimule a criança a entender o sentimento do outro e perguntar como pode resolver a situação.
Da mesma forma, pedir desculpas quando errar com a criança é um bom exemplo e mostra que a comunicação está aberta. Conversar para entender o que houve e como a situação pode ser contornada é o próximo passo.
Atividades artísticas como aulas de música, pintura e dançar em dupla são bons exercícios para entender sentimentos próprios e do seu par, além de estimular vínculos afetivos, especialmente para crianças introspectivas.