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Como é bom ser criança!

No dia 12 de outubro, celebramos o Dia da Criança! Desde 1980, quando da primeira visita de São João Paulo II ao Brasil, este dia passou a ser feriado, pois Nossa Senhora Aparecida, decretada a Padroeira do Brasil, é solenizada neste mesmo dia. Há legisladores que desejam retirar o feriado do dia 12 de outubro, por que dizem ser um feriado meramente religioso e quem não aceita Nossa Senhora como a Mãe de Deus, causando descontentamento em razoável número de eleitores, especialmente os católicos, argumenta o pluralismo religioso e a democracia política.

A criança é comparada, por Jesus Cristo no Evangelho, ao Reino de Deus! E como é bom ser criança comparada ao Reino de Deus, a partir das três características que lhe são próprias e que os adultos jamais deveriam perder: a sinceridade, a espon­taneidade e a pureza! A criança é sincera, diz o que pensa, suas palavras brotam do coração, sem a preocupação de incomodar ou não. A criança é espontânea, segue seus impulsos inofensi­vos, sem fingimento, sem a preocupação de agradar ou não e, brotam de sua inocência. A criança é pura; não tem malícia em nada do que diz e faz!

Quando crescemos e nos tornamos adultos, nossa sincerida­de vira mentira, nossa espontaneidade vira fingimento e nossa pureza vira malícia. Daí consiste a comparação da criança com o Reino de Deus. “Quem não for como uma criança, não entrará no Reino dos Céus”. Só conservando as características da crian­ça, mesmo na vida adulta, saberemos como é bom ser criança!

Não basta comemorarmos um Dia da Criança, mobilizando a sociedade e as entidades com brinquedos ou presentinhos des­cartáveis. Precisamos criar consciência de que a criança é gente e não uma coisinha fofa, que precisa ser cuidada com dignidade e respeito. Mais do que oferecer brinquedos às nossas crianças, precisamos deixar de brincar com elas. Em que condições vivem as crianças de nosso País?

Há escolas eficientes para todas elas? Há condições básicas de saúde, moradia com higiene, alimentação adequada, lazer suficiente? Nós respeitamos suficientemente as crianças que representam o futuro de nossa nação? Como estão os porões de nossa linda cidade, os quintais e os cortiços de amonto­ados de crianças mal cuidadas? E aquelas que aprendem a deseducação nas ruas ou diante dos meios mediáticos alienan­tes e covardemente violentos, sejam do ponto de vista antropo­lógico ou sociológico?

A criança precisa sentir-se acolhida, bem-vinda e à vontade em nossos espaços celebrativos. Onde não temos condições de um espaço especial para elas, é fundamental que as deixemos à vontade. Muitos pais se perguntam: “Onde erramos? Nossos filhos não querem nem ouvir falar de Igreja!” Costumo respon­der que também eu não voltaria, a não ser obrigado, ao ambien­te onde fui humilhado, exposto e mal acolhido; lugar onde me mandaram calar a boca. E pior: há mães que, para calar a boca dos filhos, culpam o padre, dizendo que este ficará bravo, caso ela não pare quieta.

Minha homenagem às crianças quer ser uma bênção muito especial, que invoco sob a intercessão de Nossa Senhora Apare­cida, Mãe, Rainha e Padroeira do Brasil, celebrada justamente, no Dia da Criança – 12 de Outubro. Peço confiante que todas as nossas crianças sejam protegidas da violência, do mundo das drogas, do consumismo, modismo e hedonismo que ditam as normas de nosso tempo, tantas vezes sem perspectivas de um futuro promissor à grande maioria das crianças de devemos amar muito!

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