O coração, ao contrário do que muita gente pensa, é um órgão bastante resistente. Ele trabalha batendo incessantemente e a sua função é exatamente essa: trabalhar batendo sem parar. E assim mantém a pessoa viva graças a esses batimentos incessantes. Do ponto de vista médico podemos dizer que as doenças originárias do próprio coração são relativamente poucas.
Entretanto, o coração sofre muito em decorrência de doenças originárias em outras partes do corpo, quer dizer, em outros órgãos e sistemas do organismo. Quer dizer: o coração recebe uma carga pesada e negativa muito grande de outras partes do corpo.
E é aí que entra o objetivo fundamental dessa matéria: fornecer subsídios úteis para a pessoa colocar em prática visando cuidar bem do seu coração e desse modo evitar o aparecimento das muitas doenças que afetam esse importantíssimo órgão.
Como o coração está intimamente conectado à estruturas anatômicas por onde passa o sangue e que são as artérias, as veias e os capilares que são artérias e veias finíssimas, às vezes até com o calibre de um fio de cabelo, então a esse conjunto nós damos o nome de sistema cardiovascular, quer dizer, o coração, as artérias, as veias e os capilares de todos os calibres.
E uma doença que afeta qualquer uma dessas estruturas afeta todo o sistema. E essas doenças são responsáveis pelo maior número de mortes no mundo inteiro e no Brasil, particularmente, também não é diferente. Assim, se incluirmos o cérebro junto ao sistema cardiovascular, nós temos as doenças do coração, vasos e cérebro como a principal causa de óbitos das pessoas.
Chega a ser impressionante o tanto de gente que morre do coração. Dentre desse contexto podemos dizer que as duas doenças mais graves e que causam o maior número de mortes no mundo são o IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) e o AVC (Acidente Vascular Cerebral). Nos últimos anos, progressos importantes foram registrados visando diminuir esse número impressionante de mortes e vem diminuindo, mas ainda é muito elevado.
Então uma pergunta muito importante que surge é: como cuidar bem do seu coração para evitar o aparecimento dessas doenças? A resposta está relacionada ao estilo de vida, quer dizer, o jeito de a pessoa viver. Por exemplo, para a pessoa ter um coração saudável, a pessoa precisa considerar o que nós chamamos de fatores de risco. Isto significa que existem diversas normas que, se a pessoa viver de modo adequado é possível evitar os fatores de risco.
Quer dizer, se a pessoa conseguir se adequar a essas normas ela estará livre desses fatores de risco e assim estará cuidando bem do seu coração. Por exemplo, para a pessoa cuidar bem do seu coração ela precisa ter uma atividade física diária. E uma das melhores e mais simples é a caminhada.
Quer dizer que uma pessoa precisa fazer uma caminhada diária de pelo menos meia a uma hora. E os melhores horários são as primeiras horas da manhã ou o final da tarde, é claro, essa atividade só deve ser realizada quando o clima estiver favorável evitando-se os dias chuvosos, de frio intenso, etc.
O contrário da realização da atividade física é a vida sedentária, isto é, ficar parado o dia inteiro sem se movimentar. O sedentarismo é um fator de risco para o sistema cardiovascular.
Já outro fator de risco de grande importância para o coração está relacionado com a alimentação. Esta deve ser balanceada, o que quer dizer diversificada, onde cada componente da alimentação deve entrar na proporção adequada. E nesse aspecto as frutas, verduras e legumes desempenham papel fundamental.
Eu, como médico clínico geral e cardiologista, recomendo aos meus familiares, amigos e pacientes, começar o almoço e o jantar com uma salada de verduras e legumes, e, para terminar, uma sobremesa de salada de frutas. E, claro, o prato principal diversificado, mas evitando sempre as comidas gordurosas. Igualmente os doces e os açúcares devem ser consumidos com moderação. Também o café da manhã deve ser diversificado e o jantar deve sempre ser uma comida leve, já que logo a pessoa irá dormir.
(Continua na próxima semana).