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Como anda a saúde emocional do brasileiro 

  Pesquisa aponta que 73% dos brasileiros tiveram sintomas como insônia e irritabilidade nos últimos dois anos (Reprodução)

Um estudo do Instituto QualiBest, pioneiro em pesquisas online no Brasil, trouxe à tona um panorama complexo. A pesquisa mostra que 75% dos entrevistados avaliam a própria saúde mental como “boa” ou “muito boa”. No entanto, 73% relataram sintomas emocionais nos últimos dois anos. 

O estudo online ouviu 4.087 internautas, homens e mulheres, acima de 16 anos de todas as classes sociais. O levantamento, de abrangência nacional, foi realizado entre 1º de agosto e 29 de outubro de 2024. A margem de erro do estudo foi de 1,56 pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%. 

Entre os sintomas mais comuns, detectados pela pesquisa, estão a insônia (40%), cansaço sem causa aparente (34%) e irritabilidade (32%). Vale destacar que isso ocorre com maior prevalência entre as participantes do sexo feminino. “As mulheres tendem reconhecer e relatar mais os sintomas emocionais, o que pode refletir uma maior abertura para lidar com essas questões”, explica Fabia Silveira, Gerente de planejamento e atendimento do Instituto QualiBest. 

Embora a pesquisa tenha revelado que 83% dos participantes cuidam da saúde mental, entre os que tiveram algum sintoma nos últimos anos, 37% nunca passou por consulta com especialistas, indicando uma preferência pelo “autocuidado”.  

Ouvir músicas, assistir séries e filmes, passar tempo com a família e praticar atividade física foram as mais citadas entre as ações feitas para melhorar nesse quesito. Entre os que já procuraram um especialista (56%), 34% já foram diagnosticados com alguma doença emocional. Ansiedade (80%), depressão (43%), Síndrome do Pânico (15%) e Transtornos do Sono (14%), como insônia e hiper sonolência foram as principais enfermidades citadas entre aqueles que já receberam um diagnóstico. 

Quanto aos principais gatilhos para essas doenças emocionais estão as questões financeiras (43%), os problemas de relacionamento (39%) e episódios traumáticos ao longo da vida (32%). 

Segundo o levantamento, 85% dos entrevistados entendem que o mercado de trabalho contribui em algum grau para o aparecimento de doenças emocionais e 34% confirmam que o trabalho trouxe alguma questão emocional às suas vidas. Entre os fatores que levam a isso, tarefas excessivas, má remuneração e a falta de empatia do empregador são os três principais apontados. 

Na outra ponta, empresas com boa remuneração (48%), apoio psicológico (37%), que investem na capacitação e especialização dos funcionários (29%) e têm flexibilidade de horário de trabalho (28%) são bem-vistas e agregam maior qualidade de vida aos empregados.  

 

Afastamento por ansiedade atingiu 440 mil pessoas 

 Os afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão triplicaram em 10 anos no Brasil. Foram mais de 307 mil em 2024, segundo o Ministério da Previdência. Em 2015, foram 90 mil. Junto com outras doenças mentais, o número total de afastamentos chegou a 440 mil no ano passado.  

Especialistas afirmam que a partir da pandemia de covid-19 os casos de doenças mentais na população dispararam, o que se refletiu nas empresas. Para o professor de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), Wagner Gattaz, acredita que o ambiente de trabalho melhorou nos últimos anos, mas é preciso treinar chefes e trabalhadores. Segundo ele, uma boa relação com colegas é importante nesse cenário, mas a doença ainda pode aparecer.  

O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo, diz que é preciso combater o preconceito contra doenças mentais, seja no setor público ou no privado. “Nós sabemos que o preconceito contra quem tem doença mental é muito grande. Se ela tiver, dá trabalho, perde o emprego. Tanto que faz testes psicotécnicos para as pessoas entrarem em concursos públicos, mas não fazem nada para as pessoas se cuidarem. Então isso aqui é um preconceito estrutural”, afirma. 

O psiquiatra explica que o sinal mais importante para depressão e ansiedade é uma mudança de comportamento que cause perdas à pessoa, no trabalho ou na vida. Aí é hora de procurar ajuda. 

 

 Atenção Psicossocial de Ribeirão vai para a Zona Norte 

 O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) que funciona na antiga Unidade Básica e Distrital de Saúde (UBDS) Central, localizada na avenida Jerônimo Gonçalves, no. 466, ao lado da Estação Rodoviária, vai mudar de lugar. Na segunda gestão do ex-prefeito Duarte Nogueira (PSDB) a Unidade, foi transformada em Centro de Atenção Psicossocial (CAPs). 

De acordo com a atual gestão da Secretaria Municipal da Saúde, os atendimentos daquele Centro serão transferidos para uma Unidade de Saúde na zona Norte, que está passando por adequações para receber os pacientes. A Saúde municipal não informa qual unidade estaria sendo readequada para estes atendimentos. 

A Secretaria afirma que o anúncio sobre o local será feito pelo prefeito Ricardo Silva (PSD) em data a ser anunciada. O anúncio precisará ser feito em breve porque, para que as obras de readequação na UBDS Central comecem, é preciso que o local esteja desocupado. 

A atual administração municipal já abriu a licitação para reforma do prédio e sua transformação em Unidade de Pronto Atendimento.   

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o custo estimado da transformação é de R$ 7 milhões. Quando estiver em funcionamento, a nova UPA contará com tomógrafo e um Centro de Referência em Saúde da Mulher, com atendimentos exclusivos à saúde da mulher.  

A reativação da Unidade e sua transformação em UPA foi uma das promessas de campanha do então candidato, Ricardo Silva. Nos primeiros dias de seu governo, iniciado em 1 de janeiro, o prefeito publicou um decreto que transforma o CAPs em UPA para urgência e emergência.  

O Tribuna apurou que a proposta inicial do governo de levar o CAPs para o Hospital Municipal Francisco de Assis, na zona Oeste foi descartada. O hospital deverá ser utilizado como retaguarda para pacientes atendidos pelas UPAs e que necessitem de internação imediata e nos casos em que não houver vagas nos Hospitais da cidade. O local tem capacidade para 19 leitos. 

Atualmente Ribeirão Preto possui quatro UPAs: a Norte – Nelson Mandela -, localizada no bairro Adelino Simioni, a Leste – Dr. Luís Atilio Losi Viana – na Avenida Treze de Maio, a Oeste no bairro Sumarezinho e a da Vila Virgínia – Dr. Marco Antônio Sahão -, todas administradas pela Fundação Hospital Santa Lydia. Em média cada uma realiza 600 atendimentos por dia.  

A prefeitura também está construindo uma UPA municipal no complexo Ribeirão Verde-, a primeira unidade municipal de pronto atendimento-, e será construída pela empresa Laforma Comércio e Serviço Ltda., pelo valor global de R$ 14.765.131,91. 

 

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