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Comitê recebe estudo do aquífero  

O resultado do estudo servirá como base para a revisão dos critérios de perfuração de poços em Ribeirão Preto (Divulgação)  

Em um passo significativo para a gestão sustentável dos recursos hídricos de Ribeirão Preto, a Secretaria Municipal der Água e Esgoto (Saerp) apresentou, nesta quinta-feira, 27 de março, ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo, o estudo “Sistema Aquífero Guarani: Capacidade máxima, resiliência e sustentabilidade para o abastecimento público e privado de Ribeirão Preto”.

Participaram da reunião, além da Saerp, representantes da empresa Tritium Geologia e Meio Ambiente Ltda., responsável pelo estudo, representantes do comitê, da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, do SP Águas, geólogos e engenheiros envolvidos com as questões hídricas da cidade.

O estudo pretende estimar a capacidade máxima de extração de água do aquífero em Ribeirão Preto, de forma sustentável e analisar as extrações dos poços públicos e suas interferências hidráulicas, identificar a necessidade de realocação de poços e seus custos.

Também tem o objetivo de avaliar estratégias de recarga gerenciada para o aumento da oferta e perenidade das águas subterrâneas, além de garantir a continuidade do abastecimento e também assegurar que as práticas de exploração sejam realizadas de maneira responsável e consciente.

Para o Comitê da Bacia Hidrográfica do Pardo e para a Câmara Técnica de Águas Subterrâneas, as informações levantadas pelo trabalho, serão essenciais para embasar a revisão dos critérios técnicos que regulamentam a autorização para a perfuração de poços tubulares profundos em Ribeirão Preto, que depende exclusivamente do aquífero para abastecimento de água.

“Essa reunião é muito importante para que o Comitê possa ter acesso aos primeiros resultados que devem nos ajudar a tomar algumas decisões em relação à perfuração de poços na cidade”, diz a vice-presidente do comitê, Marisa Heredia.

O estudo do Aquífero Guarani foi apresentado pelo geólogo Mateus Simonato que demonstrou como foi feita a organização de dados geológicos culminando para um novo modelo hidrogeológico detalhado permitindo caracterizar o fluxo de água subterrânea na cidade e como o bombeamento dos poços tubulares influenciam a disponibilidade do aquífero.

Além disso, a instalação de 30 transdutores de pressão em poços estratégicos tem possibilitado o monitoramento contínuo dos níveis de água subterrânea, que analisados com ferramentas de inteligência artificial, alimenta um modelo computacional de fluxo, simulando o comportamento do Guarani.

“Esse projeto que estamos desenvolvendo é inédito no Brasil e envolve o que há de melhor em práticas de gestão de águas subterrâneas utilizadas em países como Dinamarca e Alemanha”, ressalta Simonato. Representando a Câmara Técnica de Águas Subterrâneas, Luciana Martin Rodrigues Ferreira explica que atualmente faltam informações seguras sobre a situação do Aquífero.

“Então nos foi indicado esse projeto, encabeçado pela Saerp, para dar mais subsídios técnicos para a revisão de autorizações para perfuração dos poços na cidade”, diz. Aliar a preservação do Aquífero Guarani ao abastecimento da população de Ribeirão Preto é um desafio que a secretaria busca superar. “Nossa principal meta é fazer com que não falte água em todas as casas de Ribeirão Preto”, diz o engenheiro José Rui Infante Bonatto, secretário de Água e Esgoto.

“Ao mesmo tempo, temos a mesma preocupação com a exploração do nosso Aquífero, então com base nas informações levantadas no estudo saberemos em qual região podemos perfurar mais poços e quais devemos deixar de explorar, isso nos permitirá diminuir custos e melhorar também o abastecimento”, diz.

Segundo o estudo, a água consumida na cidade tem aproximadamente três mil anos. De acordo com o professor Ricardo Hirata, um dos maiores especialistas em águas subterrâneas do país, com 42 anos de vida profissional realizando pesquisas em mais de 30 países, isso demonstra a qualidade do produto e ao mesmo tempo a preocupação com o tempo de recarga do aqüífero.

Os equipamentos vão fornecer mais de um milhão de dados sobre a água do aquífero. A partir deste ano, com os dados recolhidos, será construído um modelo conceitual e numérico utilizando programas de inteligência artificial (IA) que estabelecerão as características hidráulicas de parte do manancial.

Em Ribeirão Preto, cidade que mais usa o aqüífero – todo o abastecimento da população de 728.400 habitantes é feito via 120 poços artesianos da Secretaria de Água e Esgoto (Saerp) –, o nível caiu 120 metros em 71 anos. Para minimizar essa situação, a prefeitura pretende captar água do Rio Pardo. Seria uma fonte alternativa ao manancial subterrâneo.

O Consórcio Geasa – Nippon Koei lac, composto pelas empresas Geasa Engenharia, Nippon Koei Lac do Brasil e Techne Engenheiros Consultores, venceu a licitação aberta pela prefeitura de Ribeirão Preto para captação de água do Rio Pardo pela Secretaria Municipal de Água e Esgoto.

Receberá R$ 2.599.756,55. O projeto do Pardo prevê a captação, tratamento e distribuição da água complementação do abastecimento para toda a cidade. Está dividido em etapas, sendo que a primeira, referente ao estudo, tem previsão de conclusão de nove meses após a contratação da empresa. Em 2013, o custo total da obra estava orçado em R$ 630 milhões, depois caiu para R$ 530 milhões.

A secretaria já tem a outorga liberada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que autoriza a utilização de três metros cúbicos por segundo da água do rio. Atualmente, o abastecimento de água em Ribeirão Preto é totalmente feito a partir do Aquífero Guarani, mas estudos geológicos apontam queda nos níveis do manancial.

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