Desde o dia 21 de março Ribeirão Preto tem sido penalizada com decretos municipais e estaduais que restringiram duramente e/ou proibiram o funcionamento de lojas e estabelecimentos, o trabalho de prestadores de serviços e a abertura de bares e restaurantes. Já se foram 125 dias sem poder faturar e de receitas drasticamente reduzidas. Enquanto isso, acumulam-se despesas com mão de obra, impostos, alugueis, fornecedores e bancos.
Quando a cidade contabilizava apenas cinco casos confirmados, a Prefeitura Municipal deu início à série de fechamentos dos comércios e serviços. Quatro meses depois, recebemos na data de hoje (24/07) e sem surpresa a comunicação por parte do governador João Doria de que seguiremos assim por mais 15 dias. Desde 10 de junho estamos na chamada fase vermelha do Plano São Paulo, a mais restritiva de todas.
Isso prova que o comércio não é o responsável pelos números críticos na cidade e que a Prefeitura claramente não consegue lidar com duas questões ao mesmo tempo: o controle da pandemia e a criação de alternativas viáveis para a sobrevivência da economia e manutenção do emprego e renda da população.
Como temos dito, determinar o fechamento do comércio com apenas cinco casos confirmados se mostrou uma decisão unilateral e precipitada, uma vez que agora, seguindo o próprio Plano SP do governo do Estado, cidades com centenas de novos casos por dia estão reabrindo as portas respaldadas por recomendações de médicos e pesquisadores.
Outra crítica é quanto à inação do poder público municipal, que pouco fez com a verba de dezenas de milhões de reais disponíveis para o combate à pandemia. Enquanto na capital, que possui uma taxa de leitos de UTI para internação de pacientes com covid três vezes maior que a nossa a cada 100 mil habitantes, os hospitais de campanha já foram desmontados e, somente agora, Ribeirão Preto monta seu hospital covid. A Prefeitura demorou quatro meses, depois de decretada situação de emergência, para tomar esta medida.
Já passa da hora do governo municipal parar de se esconder atrás do governo do Estado e agir, jamais contra a lei e sempre pensando na preservação da vida dos ribeirão-pretanos. Precisamos de propostas e soluções. E enquanto isso não vier, Prefeitura e Estado serão os responsáveis pelo sofrimento da população com as mortes e também com o desemprego e o desespero diante da falta de perspectivas positivas.