Por Hugo Luque
O Comercial recebeu, nesta semana, mais uma proposta para se transformar em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Desta vez, a interessada é a empresa Total Player, que pertence ao ex-jogador da seleção brasileira Paulo Jamelli e a seu irmão, Calucho Jamelli.
A abordagem da empresa, que fornece serviços de gestão e marketing, design, eventos e software, vem logo depois dos protestos realizados pela Mancha Alvinegra, principal torcida organizada do Bafo.
As pautas do ato em frente ao Estádio Palma Travassos, no fim de janeiro, foram a transformação do clube em SAF e a renúncia de alguns dos mandatários do Leão do Norte, como o presidente Antônio Carlos Campanelli e seu vice, Ademir Chiari.
Procurado pela reportagem do Tribuna Ribeirão, o presidente do Conselho Deliberativo do Comercial, Gustavo Guerra, confirmou a negociação, ainda em estágios iniciais e sem valores definidos.
“Recebemos, sim, a carta de intenção por parte da empresa Total Player para SAF. Foram solicitados alguns documentos, que serão apresentados nos próximos dias, e aguardaremos o retorno da empresa com a proposta. Espero que esse assunto não cause interferências dentro das quatro linhas, mas que represente mais um sinal de esperança para o nosso futebol”, afirmou Guerra.
O dirigente também disse que a proposta foi muito bem recebida pelos conselheiros por, segundo ele, os donos da Total Player serem pessoas do futebol. “Vamos analisar com carinho a proposta”, acrescentou Guerra, que, junto de sua chapa, aprovou, em 2024, um estatuto que deixa menos burocrática a transformação em clube-empresa.
Segunda chance
Há cerca de um ano, o Comercial também recebeu uma sondagem para virar SAF. Na época, a agremiação, então presidida por Fausi Henrique, fazia uma péssima campanha na Série A2 do Campeonato Paulista e, por isso, não levou adiante as conversas com um grupo de empresários liderado por Rubens Takano Parreira.
Depois de ter sido eleito, no fim de abril, Campanelli se disse contra a mudança, mas se mostrou aberto a ideias. Com isso, existe a possibilidade de o negócio avançar, caso a negociação avance para uma proposta que agrade o Alvinegro.
Irmãos Jamelli
Paulo e Calucho Jamelli começaram no futsal do Juventus-SP. Naturais da capital paulista, os irmãos seguirem rumos diferentes. O primeiro foi para os gramados, enquanto o segundo tentou o mesmo caminho e chegou à seleção brasileira sub-17, mas se deu melhor nas quadras, com passagens por equipes de cinco países. Desde 2007, é agente credenciado Fifa.
Já Paulo foi para a base do São Paulo e, em 1993, se destacou no título do Tricolor da Copa São Paulo de Futebol Júnior, com três gols na final contra o Corinthians, além de ter feito parte do bicampeonato da Libertadores. O meia-atacante atuou pelo clube do Morumbis como profissional até 1994, sob comando de Telê Santana, quando acabou envolvido em uma troca com o Santos.
No Peixe, foi vice-campeão brasileiro em 1995 e conquistou o prêmio Bola de Prata. Depois, passou pelo futebol japonês e espanhol antes de voltar ao Brasil, com a camisa do Corinthians. Jamelli, como era conhecido enquanto atleta, encerrou a carreira no Grêmio Barueri, em 2007. O ex-meia chegou a ser convocado e atuou cinco vezes pela seleção brasileira, em 1996.
Fora dos gramados, o empresário de 50 anos foi dirigente de Barueri, Coritiba e Santos. Ele ainda atuou como técnico, colunista e comentarista, kicker de futebol americano do Santos Tsunami e concorreu a um cargo como deputado estadual por São Paulo, em 2014.
Um dos mais recentes projetos da empresa de Paulo e Calucho foi a parceria com o Juventus para implantação das escolinhas de futebol e futsal da equipe grená, o Chute Moleque.