As apresentações do Theatro Pedro II voltam no próximo domingo, 3 de fevereiro, com o espetáculo “Queen Experience In Concert”. Para a abertura da temporada, o espaço cultural, uma dos principais patrimônios materiais de Ribeirão Preto, recebe em janeiro os serviços de limpeza, manutenção e reparos de todo o prédio. A principal operação começou na manhã desta segunda-feira (28) com a limpeza do lustre de cristal “Gota D’Água”, da artista nipo-brasileira Tomie Ohtake, instalado na cúpula do teatro. A limpeza deve durar mais dois dias – até a tarde de quarta-feira (30). A obra de arte tem 2,70 metros e altura por 2,20 de largura, pesa cerca de 1,4 tonelada, tem 26 lâminas de vidro e mais de 80 lâmpadas especiais – todas estão sendo trocadas. Desenhado pela artista Tomie Ohtake, o lustre de cristal “Gota D’Água” é coberto por uma cúpula de gesso estrutural, com a fixação de lâmpadas especiais que fazem suas luzes passar por entre os recortes, criando um efeito escultural único. O teatro fica na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. Por ser uma obra de arte importante para o teatro, todo o cuidado é pouco para a preservação do lustre, desde a retirada do lustre, sua limpeza, troca de lâmpadas e restauros necessários até ser içado novamente ao teto. Para Mariana Jábali, presidente da Fundação Dom Pedro II, a descida do lustre é um ritual muito esperado e encerra os trabalhos de limpeza do espaço. Descer a estrutura de mais de uma tonelada do teto ao chão costumava ser trabalho para seis funcionários. Eles movimentavam o objeto com ajuda de cabos de aço. Em 2014 a Fundação Dom Pedro II investiu R$ 40 mil em uma talha elétrica para “baixar” o lustre. “Antigamente, a descida do lustre era feita de forma manual, um ato muito simbólico, pois envolvia o esforço de muitas pessoas, e hoje é feito de forma elétrica. É uma emoção poder lembrar da Tomie Ohtake vindo aqui, fazendo essa intervenção maravilhosa, com a responsabilidade de misturar o antigo e o moderno, isso é muita história”, disse Mariana Jábali. O Pedro II é tombado como Patrimônio Cultural pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) – vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. Vai completar 90 anos em 8 de outubro de 2020. É um dos principais do Brasil, o terceiro maior de ópera do país. Foi construído entre 1928 e 1930 a pedido do advogado João Alves Meira Júnior, um dos fundadores da Cia. Cervejaria Paulista. O projeto foi elaborado pelo arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior, e a parte estrutural da construção coube à empresa alemã Kemmitz. Em 15 de julho de 1980, um incêndio destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior, incluindo- se o teto. A reconstrução só teve início mais de dez anos depois, em 1991, liderada pela construtora Jábali Aude. A reinauguração aconteceu em 1996.