Depois da liberação do terminal de petróleo localizado na Rodovia Alexandre Balbo (SP-328), os mais de 200 postos de combustíveis de Ribeirão Preto começaram a ser abastecidos ainda na manhã desta terça-feira, 29 de maio. À noite, 80% dos revendedores já contavam com etanol e gasolina nas bombas – não houve desabastecimento total de diesel por causa da greve dos caminhoneiros autônomos.
Apesar do preço bem mais elevado do que o praticado antes da greve, consumidores formaram filas quilométricas à espera de combustível nos postos de Ribeirão Preto. Segundo a Associação Brasileira do Comercio Varejista de Combustiveis Automotivos e de Lubrificantes (Brascombustíveis), os comerciantes varejistas não formam preços, apenas repassam ao consumidor os valores praticados por Petrobras, usinas e distribuidoras.
Na semana passada, o Órgão de Proteção ao Consumidor de Ribeirão Preto (Procon-RP) autuou vários postos da cidade. Um deles vendia etanol a R$ 4 R$ (3,999), gasolina a R$ 6 (R$ 5,999) e diesel a R$ 5 (R$ 4,998). Durante a greve, a situação se repetiu em vários revendedores da cidade.
Segundo pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada em 108 cidades paulistas entre 13 e 19 de maio, antes da greve dos caminhoneiros, os combustíveis estavam bem mais baratos em Ribeirão Preto. O litro do etanol era vendido, em média, a R$ 2,57, o da gasolina a R$ 4,20 e o do diesel a R$ 3,57.
Nesta terça-feira, porém, o preço médio do litro do álcool era de R$ 2,80 (R$ 2,799), quase 9% acima (R$ 0,23 a mais), mas alguns postos vendiam o produto por R$ 3,50 (R$ 3,449), alta de 36,2% a acréscimo de R$ 0,93. A gasolina saltou para R$ 4,60 (R$ 4,599), aumento de 9,52% e aporte de R$ 0,40.
No entanto, alguns comerciantes ofereciam o produto ontem por R$ 5 (R$ 4,999), reajuste de 19% e R$ 0,80 a mais. Segundo o mais recente levantamento da ANP, realizado entre 20 e 26 de maio, no ápice do movimento dos caminhoneiros, os preços médios em Ribeirão Preto eram de R$ 2,564 para o etanol, de R$ 4,267 para a gasolina e R$ 3,718 para o diesel.
Gás de cozinha não tem data para chegar
Desde o final de semana que não há mais Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de botijão de 13 quilos, o popular gás de cozinha, nos revendedores de Ribeirão Preto. O estoque foi zerado e quem precisou comprar o produto entre segunda-feira (28) e esta terça-feira, 29 de maio, voltou para casa de mãos vazias. Pior: ao contrário da gasolina e do etanol, não há data para o abastecimento ser normalizado na cidade.
Se a greve dos caminhoneiros autônomos não terminar logo, o problema logo vai afetar restaurantes e lanchonetes. Segundo a última pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada em 108 cidades paulistas entre 20 e 26 de maio, o botijão vendido na cidade custa, em média, R$ 79,24, o mais caro do estado. Nas redes sociais, algumas pessoas reclamavam que alguns comerciantes cobraram até R$ 170 por um botijão de 13 quilos. Um deles chegou a firmar que o revendedor foi denunciado e autuado pelo Órgão de Proteção ao Consumidor de Ribeirão Preto (Procon-RP).
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Natural Liquefeito (Sindigás) informou que os caminhoneiros em greve não permitiram a circulação das cargas com botijão de 13 quilos, cheios ou vazios, por avaliarem que não se trata de um serviço fundamental, como o GLP a granel, que está sendo liberado nas rodovias para abastecer serviços essenciais, como hospitais, creches, escolas e presídios. Estariam na mesma situação os botijões de 24 e 45 quilos, disse o Sindigás em nota, que não estariam sendo reconhecidos pelos grevistas como direcionado a serviços essenciais.