A partir desta quinta-feira, 1º de fevereiro, o diesel e a gasolina ficarão mais caros. Trata-se da recomposição da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, sendo o primeiro aumento depois que, em 2023, o ICMS sobre os combustíveis passou a ter alíquota fixa em reais, por litro, e não mais um percentual sobre o preço final para o consumidor.
Com a totalidade da nova alíquota, o litro do diesel subirá, em média, R$ 0,12, e o litro da gasolina, em média, R$ 0,15. Segundo Fernando Roca, presidente do Núcleo Postos Ribeirão Preto, associação independente que reúne 100 revendedores da cidade e região,
“Qualquer reajuste geralmente é aplicado no posto revendedor conforme novas remessas chegam das distribuidoras com o preço alterado. Desde o fim da semana passada algumas distribuidoras já tinham restringido o fornecimento de diesel e gasolina, aos postos”, diz.
“E já no início dessa semana, a restrição aumentou. Hoje (terça-feira, dia 30 de janeiro), são poucas as distribuidoras disponibilizando cotas de combustíveis aos revendedores”, afirma. Com a entressafra da cana-de-açúcar, o preço do litro do etanol também subiu das usinas para as distribuidoras e das distribuidoras para os postos.
Nos últimos sete dias, já acumula uma alta de quase 13%. “A safra sucroenergética 2023/2024 foi recorde, mesmo assim, o que acaba ditando as variações de preço no mercado é o estoque regulador. Com a produção paralisada, até o reinício da safra em março, e a manutenção da demanda por parte dos consumidores, o preço vem aumentando desde as usinas”, explica.
“Essa elevação do preço do etanol é uma circunstância de mercado, normal para essa época do ano. Não tem qualquer relação com a recomposição do ICMS”, explica. Ainda segundo Roca, outro impacto que o preço do etanol pode sofrer vem do aumento do diesel. “A frota que distribui o etanol é toda movida a diesel e, por isso, um aumento do diesel acaba, de alguma forma, influenciando na formação de preço do próprio etanol”, diz.
O preço do álcool combustível disparou nas usinas paulistas pela segunda semana seguida. O valor do hidratado está acima de R$ 2,00. Na sexta-feira, 26 de janeiro, avançou 7,08%, de R$ 1,9012 para R$ 2,0359 por litro. O anidro – adicionado à gasolina em até 27% – subiu 4,31%, de R$ 2,1067 para R$ 2,1974 o litro.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 21 e 27 de janeiro, o litro do etanol vendido em Ribeirão Preto custa, em média, R$ 3,60 (mínimo de R$ 3,32 e máximo de R$ 3,79). A gasolina sai por R$ 5,65 (piso de R$ 5,32 e teto de R$ 5,99).
O litro do diesel custa, em média, R$ 5,82 (mínimo de R$ 5,47 e máximo de R$ 6,29). A paridade entre o etanol e a gasolina está em 63,7%, abaixo do limite – atingiu 80,5% no final de 2021. Voltou a ser vantajoso abastecer com álcool porque esta relação não supera 70%.