Combustíveis devem subir com dólar  

A Central de Monitoramento da Associação Núcleo Postos Ribeirão Preto, que reúne 85 revendedores da cidade e região, apurou tendência de alta no preço dos combustíveis. Na última quinzena, o litro do etanol já acumula uma alta de 8% no preço das usinas para as distribuidoras, fato que pode se refletir nas bombas ao longo dos próximos dias uma vez que as distribuidoras já estão vendendo mais caro para os postos revendedores.  
 
A projeção é que o preço suba, em média, R$ 0,15 por litro para o etanol, e R$ 0,10 por litro para a gasolina, lembrando que o derivado de petróleo possui 27% de anidro em sua composição. Segundo Fernando Roca, presidente da Associação Núcleo Postos RP, a origem desse movimento de mercado está na disparada do dólar, que na terça-feira, 2 de julho, bateu em R$ 5,66. 
 
Despencou 2,85% nesta quarta-feira (3), para R$ 5,5684, ainda elevado. “Com a alta do dólar, a exportação de açúcar ficou mais rentável para o setor sucroenergético. Com isso, as usinas passaram a produzir mais açúcar e reduziram a produção de etanol. Com produção menor e demanda em alta, os preços praticados pelas usinas variaram para cima e geraram o chamado ‘efeito cascata’”, explica.  
 
A tendência é de que os postos repassem a variação para as bombas na medida em que receberem novas remessas, das distribuidoras, com o preço maior. Conforme dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem dos preços da gasolina e do diesel, no Brasil em relação ao mercado internacional, já é respectivamente de -17% e -15%, nos polos da Petrobras.  
 
“Por enquanto a estatal está conseguindo bancar essa diferença para tentar manter artificialmente a estabilidade nos preços internos. Resta saber até quando a Petrobras vai aguentar”, finaliza o presidente da Central de Monitoramento.  
 
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 23 e 29 de junho, o litro do etanol vendido em Ribeirão Preto custa, em média, R$ 3,82 (mínimo de R$ 3,64 e máximo de R$ 3,99). Com o reajuste, deve chegar a R$ 3,97.  
 
A gasolina sai por R$ 5,74 (piso de R$ 5,53 e teto de R$ 6,09), e com o aporte de R$ 0,10 subirá para R$ 5,84. O litro do diesel vendido em Ribeirão Preto custa, em média, R$ 5,73 (mínimo de R$ 5,49 e máximo de R$ 5,89), segundo a ANP. 
 
Na semana anterior, de 16 de maio a 22 de junho, o litro do etanol saía por R$ 3,87 (mínimo de R$ 3,73 e máximo de R$ 4,09). Em sete dias houve queda de 1,29%, desconto de R$ 0,05, aponta a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo. 
 
A gasolina era vendida por R$ 5,83 (piso de R$ 5,55 e teto de R$ 6,19), recuo de 1,54% e abatimento de R$ 0,09. O litro do diesel custava, em média, R$ 5,838 (mínimo de R$ 5,49 e máximo de R$ 6,29), correção de 1,72% e R$ 0,02 a menos. 
 
Usinas – O preço do álcool combustível subiu nas usinas paulistas pela terceira seguida. O valor do hidratado está acima de R$ 2,45, mas “encostou” nos R$ 3,90 no final de 2021. Na sexta-feira, 28 de junho, avançou 2,29%, de R$ 2,4113 para R$ 2,4665 por litro, após alta de 3,14% no dia 21.  
 
O anidro – adicionado à gasolina em até 27% – subiu 0,53%, após aumento de 3,28%. Fechou a semana passada acima de R$ 2,70. Passou de R$ 2,7204 para R$ 2,7348 o litro. Os dados foram divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). 
 
Valores médios:  Ribeirão Preto  
Gasolina: R$ 5,82 
Gasolina aditivada:  R$ 5,84 
Etanol: R$ 3,82 
Diesel: R$ 5,74 
Diesel S10: R$ 5,96 
Período: de 23 a  
29 de junho 
Fonte: ANP