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Com dívida de R$ 30 milhões, Botafogo corre risco de perder o Santa Cruz, diz Festucci

ALFREDO RISK/JORNAL TRIBUNA

A saúde financeira do Bo­tafogo Futebol Clube, desde a formatação da Botafogo S/A, em 2018, passou a ser a preocupação central dos diri­gentes do clube. Com poucas fontes de renda – o Tricolor fica somente com os valores que entram para a Pantera Shop, escolinha e as cadeiras cativas -, o BFC viu sua arreca­dação cair para apenas nove mil reais no mês de abril.

Em entrevista ao progra­ma Wsports News, o presi­dente do Botafogo, Osvaldo Festucci, afirmou que a situa­ção financeira do clube é de­sesperadora. O dirigente tam­bém revelou que as dívidas trabalhistas do clube estão na casa dos R$ 30 milhões.

“A situação do Botafogo Futebol Clube é desesperado­ra. O clube tem uma dívida gigantesca. Para se ter uma ideia, o que teve de entrada nesse mês, na parte do FC, não passou de nove mil re­ais. A pergunta que eu faço é: como você paga 30 milhões, que você deve de fato, arreca­dando nove mil? Essa conta eu não aprendi na faculdade”, disse Festucci.

A dificuldade se dá porque na formatação da Botafogo S/A, ficou acordado que todas as receitas oriundas do futebol entrariam para os cofres da empresa. Em contrapartida, todos os gastos com o departa­mento de futebol também são da S/A. A BFSA ficou respon­sável por pagar uma parcela mensal ao BFC pela cessão de superfície do estádio Santa Cruz, por conta da construção da Arena Eurobike.

Entretanto, os pagamentos foram suspensos no ano pas­sado por conta de penhoras nas contas da S/A referentes a dívidas trabalhistas antigas do Botafogo Futebol Clube. A sus­pensão do repasse colapsou a situação financeira do Pantera.

O acordo, que foi anuncia­do oficialmente no dia 14 de maio de 2018, ainda gera dis­cussão entre as partes e recente­mente foi parar na Justiça. Um grupo de torcedores pede que a parceria entre BFC e Trexx Holding, empresa administra­da por Adalberto Baptista, seja suspensa até que as partes en­trem num acordo.

O grupo, que conta com ex-presidentes que partici­param das negociações para formatação da S/A, reclama da falta de transparência nas tratativas. Sobre o acordo, Festucci afirmou que as nego­ciações estão em andamento, mas o mandatário ressaltou que existe uma ‘ala’ dentro do clube que é contra um acordo com Baptista.

“O investidor não colocou valores maiores no Paulistão, exatamente porque estava aguardando o acordo que nós estávamos conversando. Dese­nhamos os ajustes nestes con­tratos, para ver se financeira­mente o Botafogo conseguiria melhorar”, disse.

“Eu tenho contato com os dois lados, não tenho proble­ma nenhum de relacionamen­to com ninguém. Mas, vocês sabem que existe uma ala muito grande contrária a um acordo com o investidor. Eu fico triste, eu tenho preocu­pação, sim, e não é só a longo prazo, é a curtíssimo prazo. Se não houver um acordo entre o Conselho, o BFC e o investi­dor, pode ter certeza, que lá na frente, o botafoguense pagará um preço muito alto. Nós cor­remos um risco muito grande de até perder o nosso patri­mônio”, concluiu.

Estádio Santa Cruz, do Botafogo – Foto: J.F. Pimenta

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