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Com direito ao semiaberto, Lula quer ‘liberdade plena’

O ex-presidente Luiz Iná­cio Lula da Silva decidiu não apresentar ao juízo da 13ª Vara Federal pedido para progredir de pena e ir para o semiaberto. Preso desde 7 de abril de 2018, o petista completa nesta terça­-feira, 24 de setembro, uma ano, cinco meses e 17 dias na supe­rintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), tendo direito à mudança de regime por ter cumprido um sexto da pena no caso do triplex do Guarujá.

Em nota, o advogado Cristia­no Zanin Martins, que defende o ex-presidente, assinalou que Lula busca o restabelecimento de sua liberdade plena, “com o reconhe­cimento de que foi vítima de pro­cessos corrompidos por nulida­des, como a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro”. A mudança do regime de prisão já havia sido dis­cutida em junho, quando o Minis­tério Público Federal encaminhou dois pareceres ao Superior Tribu­nal de Justiça (STJ) indicando que o ex-presidente já poderia progre­dir para o semiaberto.

Na ocasião, a subprocurado­ra-geral da República Aurea Lus­tosa Pierre entendeu que o tempo que o Lula já havia cumprido em Curitiba deveria ser descontado de sua pena de oito anos, dez me­ses e 20 dias, determinada pelo próprio tribunal. Em primeira instância, Lula foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelo então juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro. Na época, o ex-magistrado considerou que existiam provas do recebimento de vantagens indevidas de R$ 2,2 milhões da empreiteira OAS por meio do apartamento triplex no Guarujá, no litoral paulista.

Os advogados de Lula buscam derrubar a sua condenação e colo­car o ex-presidente em liberdade com um habeas corpus apresen­tado junto ao Supremo Tribunal Federal no qual acusam Moro de atuar com parcialidade ao con­denar o petista no caso triplex. O HC está previsto para ser julgado pela Segunda Turma do STF neste semestre, mas não há data marca­da para a apreciação do caso. No dia 17, o ministro Gilmar Mendes disse que pretende levar o caso ao plenário até novembro

O pedido de liberdade de Lula começou a ser discutido na Segunda Turma em dezem­bro do ano passado. Na época, o relator da Operação Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, e a ministra Cármen Lú­cia votaram contra o HC. A dis­cussão acabou interrompida por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Gil­mar Mendes. Além de Gilmar, faltam se posicionar os minis­tros Ricardo Lewandowski (que costuma se alinhar a Gilmar em julgamentos sobre a Lava Jato) e Celso de Mello.

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