O Sindicato dos Motoristas e Condutores de Ribeirão Preto e Região anunciou que os motoristas da Estre Ambiental, empresa responsável pela coleta de lixo e pelo gerenciamento e destinação dos resíduos sólidos na cidade, podem decretar estado de greve caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas pela concessionária dos serviços.
Contrato – A empresa teve o contrato prorrogado emergencialmente, pela segunda vez, até 29 de junho devido a questionamentos na esfera judicial evolvendo a licitação que definirá a nova responsável pelos serviços na cidade. O primeiro aditamento terminou em 29 de dezembro do ano passado e tinha valor de R$ 43.531.359,61
Segundo o presidente do sindicato, o ex-vereador Walter Gomes, os cerca de 100 motoristas da empresa que realizam a coleta de lixo são desvalorizados. Diz que mesmo sendo os chefes da equipe de coletores dos caminhões, recebem percentual menor por insalubridade e nas horas extra pagas aos sábados, após as 16 horas, em relação aos lixeiros.
Diferença – A insalubridade paga aos coletores, segundo o sindicato, tem percentual de 40% e a dos motoristas, de 20%. Já nos plantões aos sábados, após as 16 horas, os motoristas recebem 50%, contra os 100% pago aos lixeiros. A data-base da categoria é dezembro e o percentual de reajuste salarial ainda não foi definido.
Reajuste – Os motoristas reivindicam aumento de 5% para uma inflação de 4,83% acumulada em doze meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também reivindicam tíquete-alimentação de R$ 700.
O sindicato afirma que a Estre Ambiental teria oferecido correção de 3,68%. Uma reunião com a empresa será realizada nesta terça-feira, 30 de janeiro. Na sexta-feira (26), o a entidade sindical divulgou carta aberta a população de Ribeirão Preto.
Insatisfação – No documento, diz que a principal reivindicação dos motoristas é o reajuste salarial, apresentado pela empresa de forma insatisfatória. “A proposta oferecida está abaixo da inflação, o que significa um empobrecimento real dos trabalhadores, que já sofrem com longas jornadas de trabalho e condições adversas”, diz trecho da nota.
“Essa situação é ainda mais preocupante quando levamos em conta a importância do papel desempenhado por esses profissionais em nossa comunidade”, diz parte do documento. “Caso a empresa não se sensibilize e atenda as demandas dos trabalhadores, o sindicato responsável pelos motoristas poderá notificá-la e, em um prazo de 72 horas, dar início a uma greve”, emenda.
“A greve, como todos sabemos, é um recurso extremo. Porém, quando as negociações não avançam e nossos direitos são ameaçados, é preciso tomar medidas mais drásticas para garantir que nossas vozes sejam ouvidas”, reforça’.
Outro lado – A Este Ambiental, enviou nota ao Tribuna em que reitera que segue em processo de negociação com o Sindicato e que está aberta ao diálogo.
“A empresa solicitou uma nova reunião com o Sindicato dos Motoristas e Condutores de Ribeirão Preto para dar continuidade às conversas, ainda no mês de janeiro. A empresa destaca ainda seu compromisso com a população de Ribeirão Preto para que não haja interrupção da coleta no município”, diz o texto.